Reino Unido fecha acordo sobre comércio e defesa com União Europeia

Publicado 19.05.2025, 08:14
Atualizado 19.05.2025, 08:15
© Reuters. Reunião entre autoridades britânicas e da UE em Londresn 19/5/2025    Kin Cheung/Pool via REUTERS

Por Alistair Smout e Andrew MacAskill e Andrew Gray

LONDRES/BRUXELAS (Reuters) - O Reino Unido concordou com a redefinição mais significativa dos laços comerciais e de defesa com a União Europeia desde o Brexit, nesta segunda-feira, depois que uma reviravolta da ordem global feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, forçou os dois lados a saírem de seu divórcio amargo.

Quase nove anos depois de ter votado pela saída do bloco, o Reino Unido, um peso pesado da defesa, participará de projetos de compras conjuntas. As partes também concordaram em facilitar o acesso de alimentos e visitantes do Reino Unido à UE e assinaram um novo e polêmico acordo de pesca.

As tarifas de Trump, juntamente com os avisos de que a Europa deveria fazer mais para se proteger, forçaram os governos de todo o mundo a repensar os laços comerciais, de defesa e de segurança, aproximando o primeiro-ministro britânico Keir Starmer de Emmanuel Macron, da França, e de outros líderes europeus.

Starmer, que apoiou a permanência na UE no referendo do Brexit, também aposta que a oferta de benefícios tangíveis para os britânicos, como o uso de portões eletrônicos mais rápidos nos aeroportos da UE, abafará os gritos de "traição" do ativista do Brexit Nigel Farage.

O governo disse que a redefinição com seu maior parceiro comercial vai reduzir a burocracia para os produtores agrícolas e de alimentos, tornando-os mais baratos; melhorar a segurança energética e acrescentar quase 9 bilhões de libras (US$12,1 bilhões) à economia até 2040.

É o terceiro acordo que o Reino Unido fechou este mês, após acertos com a Índia e os EUA, e, embora seja improvável que leve a um impulso econômico significativo imediatamente, poderia elevar o sentimento corporativo, atraindo investimentos muito necessários.

"É hora de olhar para frente", disse Starmer em um comunicado. "Deixar para trás os velhos debates e brigas políticas para encontrar soluções práticas e de bom senso que tragam o melhor para o povo britânico."

"Estamos prontos para trabalhar com parceiros se isso significar que podemos melhorar a vida das pessoas aqui em casa", completou.

No centro da redefinição está um pacto de defesa e segurança que permitirá que o Reino Unido faça parte de qualquer aquisição conjunta e abrirá caminho para que empresas britânicas, como BAE, Rolls-Royce (LON:RR) e Babcock, participem de um programa de 150 bilhões de euros (US$167 bilhões) para rearmar a Europa.

Em relação à pesca, as embarcações britânicas e da UE terão acesso às águas uma da outra por 12 anos -- eliminando um dos pontos mais fortes do Reino Unido em qualquer negociação futura -- em troca de uma redução permanente da burocracia e dos controles de fronteira que impediam os pequenos produtores de alimentos de exportar para a Europa.

Em troca, o Reino Unido concordou com o esboço de um esquema limitado de mobilidade de jovens, com os detalhes a serem definidos no futuro, e está discutindo a participação no programa de intercâmbio de estudantes Erasmus+.

O acordo foi criticadp por Farage e pelo Partido Conservador, de oposição, que estava no poder quando o Reino Unido deixou o bloco e passou anos negociando o acordo de divórcio original.

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