Por Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - O negócio de crédito do Itaú Unibanco (SA:ITUB4) pode voltar a ser lucrativo nos próximos trimestres, disse o presidente-executivo do banco, Candido Bracher, nesta terça-feira.
O retorno recorrente sobre capital próprio (ROE) no negócio atingiu 14,5 por cento no segundo trimestre, quase o mesmo nível do custo de captação de fundos, disse Bracher em teleconferência com analistas. O ROE de empréstimos "pode" superar o custo de capital do Itaú nos próximos trimestres, disse ele.
O ROE no crédito encerrou o primeiro trimestre em 13,2 por cento e foi de 12,9 por cento no ano anterior.
"Isso mostra um pouco o risco de nossa carteira de empréstimos e disciplina em termos de crédito", disse Bracher.
As ações preferenciais do Itaú tinham a maior alta diária desde meados de abril. Às 13h45, o papel subia 3,5 por cento. O Ibovespa (BVSP) ganhava 0,86 por cento.
Tornar o crédito lucrativo novamente depende do ritmo da recuperação econômica e se receios em relação a grande devedores diminuírem, disse Bracher. Pequenos tomadores de crédito parecem mais preparados agora para assumir novos empréstimos do que grandes empresas, acrescentou.
Rivais do Itaú apontaram nos últimos dias sinais de recuperação nos mercados domésticos de crédito.
Mas o cuidado permanece alto com os bancos se preocupando em ter capital extra em meio a turbulências econômicas e políticas. A Bracher não espera crescimento dos empréstimos em 2017.
O lucro do Itaú superou as expectativas, com a receita de juros e a rentabilidade recorrente perto das máximas históricas. O Itaú pode fazer provisões ligeiramente maiores para perda de empréstimos este ano após mudar a forma como classifica perdas.
A qualidade dos empréstimos do Itaú para grandes empresas também mostrou sinais leves de melhora. Mas o Itaú elevou os índices de cobertura para 243 por cento.
Bracher espera que provisões combinadas para perdas com calotes terminem este ano perto do ponto mais alto da faixa estimada. Já a receita de juros deve ficar entre os pontos médio e baixo da previsão.