RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Repsol (MC:REP) Sinopec Brasil considerou pouco atraentes os termos de um mega leilão de áreas no pré-sal que o governo brasileiro realizará na próxima semana, o que deixou a companhia de fora do grupo de 14 petroleiras habilitadas a fazer propostas no certame que oferecerá excedentes da chamada cessão onerosa, disse o principal executivo da companhia no país na terça-feira.
Questionado nos bastidores do congresso internacional OTC Brasil 2019 sobre se os bônus de assinatura fixados para o leilão eram muito caros, o CEO da Repsol Sinopec Brasil, Mariano Ferrari, disse: "Nós não estamos participando, o que deve responder sua pergunta."
O leilão, agendado para 6 de novembro, terá uma cobrança de bônus de assinatura no total de 106,5 bilhões de reais se consideradas todas áreas ofertadas.
As áreas do certame representam o mais próximo de uma aposta certeira no mundo da produção de petróleo offshore, uma vez que a estatal brasileira Petrobras (SA:PETR4) já realizou trabalhos significativos de exploração.
Como resultado, já se sabe que as áreas possuem bilhões de barris de petróleo, o que reduz o chamado risco exploratório. Esse argumento tem sido usado pelo governo para a cobrança dos pesados bônus, além de uma parcela da produção futura, o que reduz as margens de lucro e tem afastado algumas empresas.
Mas a Repsol Sinopec, uma joint venture entre a espanhola Repsol e o grupo chinês Sinopec, deve participar em um outro leilão, no dia 7 de novembro, no qual o governo espera levantar 7,85 bilhões de reais em bônus de assinatura.
Mais cedo na terça-feira, Miguel Pereira, CEO da Galp Energia, unidade da portuguesa Petrogal, disse que os termos do leilão dos excedentes da cessão onerosa tornaram "bastante difícil" a participação da empresa.
(Por Gram Slattery)