Por Brenda Goh e David Stanway
XANGAI (Reuters) - Negociadores norte-americanos e chineses concluíram nesta quarta-feira uma breve rodada de negociações comerciais que a China descreveu como "construtiva", incluindo discussões sobre novas compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos e um acordo para uma nova reunião presencial em setembro.
As reuniões desta semana, as primeiras conversas presenciais desde a trégua estabelecida no G20 no mês passado, renderam um jantar de trabalho na terça-feira no histórico Fairmont Peace Hotel, em Xangai, e meio dia de negociações nesta quarta-feira, antes do representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e do secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, irem embora.
"Ambos os lados, de acordo com a trégua estabelecida pelos dois líderes em Osaka, tiverem uma troca sincera, altamente efetiva, construtiva e profunda sobre grandes questões comerciais e econômicas de interesse mútuo", disse o Ministério do Comércio da China em um comunicado após a delegação norte-americana deixar Xangai.
O comunicado disse que os negociadores discutiram mais compras chinesas de produtos agrícolas dos EUA, que se tornaram um ponto de discórdia depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a China não estava cumprindo com suas promessas de compra.
As conversas começaram em meio a baixas expectativas, com Trump na terça-feira acusando a China de não se movimentar e alertando sobre resultados piores para o país asiático caso não houvesse avanços.
Nesta quarta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse que não estava ciente dos últimos desdobramentos durante as negociações, mas que estava claro que foram os Estados Unidos que continuaram a "voltar atrás".
"Acredito que não faz sentido para os EUA exercer sua campanha de pressão máxima neste momento", disse Hua em entrevista coletiva em resposta a uma pergunta sobre as afirmações de Trump.
"É inútil dizer aos outros para tomar medicação quando você é quem está doente", disse ela.
Os dois lados vão se reunir em setembro nos Estados Unidos, informou o Ministério do Comércio.
O lado norte-americano não fez uma declaração imediata.