SÃO PAULO (Reuters) - A BM&FBovespa (SA:BVMF3) registrou um lucro quase bilionário no quarto trimestre, impulsionado por uma movimentação contábil e também beneficiado pelo aumento das receitas, que refletiu a melhora do mercado acionário brasileiro no período.
A maior operadora de bolsas da América Latina anunciou nesta sexta-feira que seu lucro líquido do período somou 927,9 milhões de reais, ante prejuízo líquido de 407,7 milhões de reais em igual período de 2015.
A diferença se deve em parte à reversão de uma provisão para imposto ligada à mudança da base de custo do ganho previsto com a venda de ações da companhia no CME Group. Isso fez a linha de impostos ficar positiva em 425,4 milhões de reais.
Na base ajustada, o lucro no trimestre somou 675,8 milhões de reais, alta de 26,5 por cento sobre um ano antes. A melhora refletiu aumento dos volumes no segmento Bovespa, que levou receita líquida a subir 14,8 por cento no trimestre ante o último trimestre de 2015, a 623,7 milhões de reais.
O lucro teria subido ainda mais não fosse o aumento de 44,9 por cento das despesas, para 309,2 milhões de reais, diante de custos extraordinárias com concessão de ações a empregados, transferência de recursos para a entidade reguladora BSM e despesas com preparativos para a fusão com a Cetip (SA:CTIP3).
As despesas ajustadas cresceram 21,2 por cento no trimestre, para 206,6 milhões de reais.
A BM&FBovespa informou também que seu conselho de administração não aprovou distribuir proventos adicionais, visto que já tinha aprovado o pagamento de juros sobre o capital próprio de 368 milhões de reais. Em 2016, as distribuições de proventos somaram 900 milhões de reais, 62,2 por cento do lucro líquido no período.
Em dezembro, a BM&FBovespa captou 3,4 bilhões de reais por meio de dívida, para ajudar a pagar a compra da Cetip.
(Por Aluisio Alves)