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Rio Bravo: fundamentos não mudaram e queda das bolsas é oportunidade de compra

Publicado 06.02.2018, 07:12
© Reuters.  Rio Bravo: fundamentos não mudaram e queda das bolsas é oportunidade de compra
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Arena do Pavini - A principal influência para o mercado de ações brasileiro é o cenário externo e, apesar da forte realização na sexta-feira e hoje, os números que saem dão suporte a um crescimento consistente da economia mundial, não só dos Estados Unidos como também da China e da Europa. E isso não deve mudar no curto prazo. Portanto, a queda da bolsa brasileira, de 2,59% só nesta segunda-feira, é uma oportunidade para quem perdeu a alta de janeiro para comprar ações. A avaliação é de Eduardo Levy, diretor da Rio Bravo Investimentos e gestor do multimercado da casa, o Rio Bravo Apollo. Segundo Levy, “Não há nenhum evento que mude completamente o cenário macro de uma hora para outra”.

Segundo o gestor, o Apollo não foi um grande comprador de bolsa neste início de ano porque a Rio Bravo não estava acreditando no cenário positivo para o mercado acionário brasileiro. “Agora estamos aproveitando a realização e montando uma posição comprada em ações”, explica. “Demoramos para aceitar o cenário positivo para a bolsa, e fomos com calma, aumentamos um pouco o risco em janeiro e vamos monitorando o fluxo de fora, mas estamos agora aproveitando essa realização para comprar um pouco e entrar no jogo.”

Levy observa que muitos multimercados pegaram essa alta da bolsa em janeiro com toda força, o que aumento seus ganhos. “Tem fundo subindo 3% a 4% no mês, mas alguns devolvendo uma parte agora, com a queda da bolsa, pois uma posição de 15% do fundo em índice, com queda de 4% do Ibovespa, já dá uma perda de 1,5% no dia”, explica. “Agora estamos vendo uma realização de 6%, e esse pode ser um bom momento de apostar em um cenário que até a semana passada era muito claro”, explica.

Levy lembra que o cenário lá fora é muito tranquilo em termos de economia e crescimento, apesar da turbulência dos mercados. “E se esse é o grande elemento que impulsiona o mercado brasileiro, ele não muda”, acredita. O gestor admite que o cenário interno para o Brasil melhorou, “mas ele ainda é de alta liquidez no exterior e há procura de ativos de risco e o Brasil vai junto com o mercado mundial.”

Outra fonte de ganhos para o investidor está nas taxas de juros. Levy observa que a curva de juros futuros ainda continua elevada para os próximos anos. “No curto prazo, pode-se pedir um prêmio por conta da eleição presidencial, mas este ano parece estar dado, com o Banco Central com credibilidade, inflação sob controle e com estimativas sendo revistas para baixo, juro Selic abaixo de 7% no ano e subindo só no começo do ano que vem”, resume Levy.

Com uma atividade econômica mais aquecida, a expectativa é que a inflação volte e, por isso, a projeção é de que os juros voltem a subir no começo de 2019, para 8,5%. Apesar disso, mercado de juros paga 9,20% de juros ao ano nos contratos futuros para 2019 e de 10,5% para os contratos de 2020. “Ainda tem muito prêmio na curva. “Ainda tem muito premio nessas taxas de juros futuros e quem fica só olhando a Selic não percebe”, comenta.

Apesar da queda forte da bolsa, Levy afirma que o fundo está montando uma posição em ações. “Estamos mais seletivos para aumentar nossa posição”, explica. Além de investimentos em Índice Bovespa, a Rio Bravo está mais seletiva. “Estamos olhando os setores de consumo leve e pesado, apostando em uma recuperação mais forte”, diz o gestor. Consumo pesado são fabricantes de insumos para empresas como Tupi ou Metal Leve (SA:LEVE3).

Outras oportunidades estão em fundos imobiliários, mesmo depois de dois anos muito bons há ainda ganhos com a valorização dos imóveis, explica Levy. “O maior ganho está em ganho de capital, em fundos com maior vacância e retorno de médio e longo prazo”, afirma.

Sobre o dólar, Levy também acha que o movimento é temporário e a moeda está em um nível elevado. “Estamos sempre comprados em real contra dólar, em aposta na melhora do Brasil e na continuidade do cenário positivo externo”, diz. Para ele, a cotação de R$ 3,25 para o dólar comercial registrada hoje está acima do razoável e apostar em sua queda valeria a pena. “A moeda bateu R$ 3,12 na semana passada, apesar da força compradora dos investidores procurando o dólar para se proteger da perda em outros ativos, por isso, estar aplicado em real nesses níveis parece uma aposta com bastante upside”.

Os investimentos no exterior servem para proteger as aplicações no Brasil, diz Levy. “Ate porque uma virada lá fora pode mexer com o Brasil”, explica. Assim, a aposta contra os mercados internacionais acaba servindo de proteção para uma piora externa.

Para Levy, como o grande fator para o mercado brasileiro é o cenário lá fora, nem a eleição presidencial deve mexer tanto. “O fato é que nem as dificuldades da reforma da Previdência influenciaram tanto, e a corrida presidencial só deve começar para valer em abril”, afirma. Além disso, após a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do Tríplex em segunda instância traz um risco menor para as reformas do país olhando para frente. “Nesse aspecto, o cenário melhorou.”

Por Arena do Pavini

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