Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) -O governador da Bahia e futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, classificou nesta sexta-feira as declarações do presidente Jair Bolsonaro a manifestantes golpistas sobre as Forças Armadas como “bravatas” e disse que a fala do atual mandatário não causa preocupação porque o povo brasileiro defende a democracia.
“O povo brasileiro e o Brasil têm claro qual o caminho a se seguir, é o caminho da democracia, o caminho da liberdade de expressão, o caminho da geração de emprego, e bravatas não vão tirar o povo brasileiro e o Brasil desse caminho”, afirmou o futuro ministro da Casa Civil do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
“Experiências de quem não quer abraçar a democracia, todas essas tentativas recentes no mundo inteiro, não progrediram, a exemplo da última tentativa aqui na América do Sul. Não acredito que haja ambiente nem no país, nem no mundo inteiro, para esse tipo de fala ou de discurso”, afirmou.
Nesta sexta-feira, em sua primeira aparição a apoiadores golpistas que tem protestado após a derrota de Bolsonaro para Lula nas eleições, o presidente fez um discurso em que afirmou que eles são quem decidem para onde vão as Forças Armadas e os instou a "fazer a coisa certa".
Bolsonaro disse que "tudo dará certo no momento oportuno".
"Quem decide para onde eu vou são vocês; quem decide para onde as Forças Armadas vão são vocês; quem decide para onde o Congresso vai são vocês", disse Bolsonaro aos apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada.
SANEAMENTO
Na entrevista desta sexta, horas após ser anunciado por Lula como futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa disse que o novo marco do saneamento, aprovado durante a gestão de Bolsonaro, poderá ser modificado.
"O que nós queremos é destravar os investimentos, entendemos que no formato feito anteriormente, isso ficou engessado. Por isso, desde que foi votado e regulamentado, não vimos uma explosão de investimentos", afirmou.
"Nós buscaremos fazer ajustes, dialogando com o setor privado, para destravar esses investimentos, porque muitos deles podem e devem ser feitos através de PPPs, envolvendo o setor privado e, eventualmente, empresas estaduais."
(Por Bernardo CaramEdição de Pedro Fonseca e Alexandre Caverni)