Por Kim Palmer
CLEVELAND (Reuters) - Um homem de Ohio que passou 39 anos na prisão por um assassinato que não cometeu foi libertado nesta sexta-feira, depois de se tornar o prisioneiro norte-americano exonerado a ficar mais tempo detido.
"A vida é cheia de pequenas vitórias e essa é uma vitória grande", disse o juiz do condado de Cuyahoga Richard McMonagle a Ricky Jackson, de 57 anos, antes de ele ser libertado nesta sexta-feira. O pai de McMonagle, George McMonagle, foi o juiz no caso original de Jackson, em 1975.
Um segundo homem condenado no caso, Wiley Bridgeman, 60, foi libertado logo após Jackson na sexta-feira, após a retirada das acusações. Bridgeman tinha sido libertado primeiro em 2002, mas foi preso novamente por uma violação da liberdade condicional, disseram advogados de defesa.
Após sua libertação, Jackson sorriu e abraçou seu advogado, Brian Howe, e outros ex-prisioneiros que haviam sido exonerados, como resultado dos esforços do Projeto Inocência de Ohio, baseado em Cincinnati.
Jackson foi condenado junto com Bridgeman e o irmão de Bridgeman, Kwame Ajamu, pelo assassinato em 1975 de Harold Franks. De acordo com documentos judiciais, Eddie Vernon, de 12 anos, testemunhou que viu o ataque.
Vernon, agora com 53 anos, desmentiu seu depoimento e disse às autoridades que ele nunca havia testemunhado o crime. Não havia nenhuma outra evidência ligando Jackson ao assassinato.
Outras testemunhas confirmaram que Jackson, um adolescente na época, estava em um ônibus escolar quando o assassinato ocorreu.
O Projeto Inocência de Ohio e o Registro Nacional de Exonerações afirmaram que os 39 anos de Jackson na prisão representam o maior tempo de detenção de um prisioneiro antes de ser exonerado.
Jackson disse que sempre acreditou que seria inocentado. "Só porque você está na prisão não significa que você tem que ser um prisioneiro", declarou Jackson a repórteres. "Se você sabe que é inocente, tem que continuar lutando."
Ajamu, que foi libertado da prisão em 2003 depois de cumprir sua sentença, entrou com um pedido de novo julgamento no caso. Ajamu chorou no tribunal nesta sexta-feira ao ver seu irmão, Wiley Bridgeman, sendo exonerado.