Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda nesta quinta-feira, sendo influenciado pela percepção de um quadro político mais tranquilo e com o mercado testando a resistência da moeda conforme a cotação se aproxima dos 3 reais.
A moeda norte-americana chegou a subir momentaneamente após a agência de classificação de risco Fitch revisar para negativa a perspectiva para o rating do Brasil, mantido em "BBB", mas logo perdeu força. A Fitch disse que embora o governo tenha começado o processo de ajuste macroeconômico, há riscos para sua implementação.[nL2N0X61BZ]
Às 13h13, a moeda norte-americana (BRBY) recuava 0,63 por cento ante o real, a 3,0369 reais na venda, após fechar em queda de 2,48 por cento na sessão anterior. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana chegou a ser negociada a 3,0730 reais, em alta de 0,55 por cento.
A percepção de que o cenário político está mais calmo foi reforçado na terça-feira, com a indicação do vice-presidente Michel Temer para assumir a articulação política do governo. Em uma de suas primeiras ações, Temer fechou um acordo com presidentes e líderes de partidos da base governista no Congresso pelo reequilíbrio macroeconômico e estabilidade fiscal, com o objetivo de garantir a aprovação das medidas de ajuste fiscal. [nL2N0X51QH]
"Continua um cenário mais benigno, com o mercado acreditando que o governo vai ter mais facilidade para aprovar medidas fiscais", disse o sócio-gestor da Leme Investimento, Paulo Petrassi, acrescentando, no entanto, que o dólar pode testar uma resistência perto dos 3 reais.
"Começa a entrar em território perigoso. Chegando a 3 reais começa a chamar compra", disse.
A moeda norte-americana fechou abaixo dos 3 reais pela última vez em 4 de março, quando encerrou os negócios a 2,9807 reais na venda. No mês passado, o dólar acumulou alta de 11,7 por cento ante o real.
Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a 10,115 bilhões de dólares. Até o momento, a autoridade monetária já rolou cerca de 30 por cento do lote total. [nE6N0WK04L]