PEQUIM (Reuters) - O governo chinês acusou os Estados Unidos nesta sexta-feira de serem "assombrados pela disseminação de armas" e a discriminação racial, em sua retaliação anual para refutar as críticas de autoridades norte-americanas ao histórico de direitos humanos na China.
Em um extenso relatório divulgado pela agência de notícias oficial Xinhua, a assessoria de comunicação do Conselho de Estado, ou gabinete de governo, disse que os Estados Unidos "violam os direitos humanos em outros países de uma forma mais descarada, e receberam mais ‘cartões vermelhos' no campo internacional dos direitos humanos".
Os direitos humanos têm sido uma fonte de tensão entre as duas maiores economias do mundo, especialmente a partir de 1989, quando os EUA impuseram sanções à China depois de uma sangrenta repressão contra manifestantes pró-democracia na Praça da Paz Celestial, em Pequim.
Na quinta-feira, o Departamento de Estado dos EUA divulgou seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo. Na seção correspondente à China, o texto dizia que a repressão e a coerção são rotineiras contra ativistas, minorias étnicas e escritórios de advocacia que assumem causas delicadas.
As autoridades chinesas prometem periodicamente aos cidadãos democracia e direitos humanos, mas os últimos dois anos, sob a administração do presidente Xi Jinping, foram marcados por uma ampla repressão a dissidentes e ativistas.
O país rejeita as críticas sobre seu histórico em direitos humanos e chama a atenção para o seu sucesso em tirar milhões de pessoas da pobreza.
(Reportagem de Sui-Lee Wee, Reportagem adicional de Ben Blanchard)