Ações do Banco do Brasil (SA:BBAS3) estão caras em relação aos lucros esperados (Gustavo Kahil/ O Financista)
SÃO PAULO – Este ainda não é o momento de apostar nas ações de bancos brasileiros. Mais do que isso, para os analistas do HSBC, Itaú (SA:ITUB4), Banco do Brasil e outros bancos de menor porte (ABC Brasil e Banrisul (SA:BRSR6)) ainda não sofreram todos os efeitos da crise e da recessão. A equipe de análise da instituição financeira rebaixou a recomendação aos papéis do setor para refletir os menores volumes de empréstimos, juros e, possivelmente, maiores impostos.
Os analistas Carlos Gomez-Lopez e Neha Agarwala entendem que existem chances não desprezíveis de um corte no juros sobre o capital próprio (JSCP) – que remuneram o capital parado dos bancos –, o que pode reduzir drasticamente o lucro por ação dos bancos.
Na análise do HSBC, por exemplo, uma redução de 150 pontos-base na Selic, levando-a de 14,25% ao ano para 12,75% ao ano, e a eliminação dessa remuneração pode cortar até 17% do lucro por ação para o Itaú em 2017, o mesmo para o BB, 20% para o Santander (SA:SANB11), 32% para o Banrisul e 28% para o ABC Brasil.
O HSBC, contudo, indica que prefere as ações do Itaú entre os bancos analisados. O BB, por sua vez, vive outra situação ao apresentar ações que já se mostram caras em relação aos níveis de lucros esperados para os próximos anos. A recomendação para todos é de manutenção, com um preço-alvo de R$ 34 para o ITUB4, R$ 19 para o BBAS3, R$ 13 para o SANB11 e R$ 10 para o BRSR6.