SÃO PAULO (Reuters) - Uma operação deflagrada nesta quarta-feira contra a exploração ilegal de garimpos de ouro resultou em prisões, conduções coercitivas, mandados de busca e o bloqueio de 100 milhões de reais de uma das maiores empresas de ouro e câmbio do país, informou a Polícia Federal (PF).
Segundo uma fonte a par do assunto, o centro da investigação é a Ourominas, que se apresenta como maior empresa de ouro e um das maiores de câmbio do Brasil.
Batizada de Crisol, nome do instrumento usado na fundição de metais como ouro e prata, a operação envolve 47 mandados judiciais, incluindo seis prisões temporárias, 13 conduções coercitivas e 28 mandados de busca nas cidades de Macapá (AP), Oiapoque (AP), São Paulo e Itaituba (PA), afirmou a PF.
Além disso, a Justiça Federal determinou o bloqueio de 100 milhões de reais de bens da empresa. Também foram autorizados o bloqueio de contas, bens e valores dos investigados, além da suspensão das atividades de empresas.
A PF afirma ter apurado que o ouro era retirado de garimpos ilegais de várias regiões do país e transportado de avião para São Paulo.
"A organização criminosa, que atua nos Estados de Mato Grosso, Pará, Amapá e São Paulo, chegou a movimentar cerca de 180 quilos de ouro por semana, o equivalente a 27 milhões", diz trecho do documento.
A PF afirmou ainda ter apreendido cerca de 70 quilos de ouro transportados ilegalmente do Pará para São Paulo.
Um policial federal, que teria sido aliciado pelo grupo para interferir no andamento das investigações, também foi alvo da operação.
Os investigados poderão responder pelos crimes de contrabando, lavagem de dinheiro, usurpação de matéria-prima da União e organização criminosa.
Consultada, a Ourominas não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
(Reportagem de Aluísio Alves)