Por Marta Nogueira
BELO HORIZONTE (Reuters) - A Samarco prevê que os prêmios das pelotas de minério de ferro no mercado transoceânico deverão se manter no patamar de 40 a 50 dólares por tonelada até pelo menos o primeiro trimestre de 2025, diante de uma demanda por produtos de maior qualidade, afirmou o diretor Comercial e Marketing, Renato Pereira, nesta terça-feira.
Joint venture da Vale (BVMF:VALE3) com a BHP, a Samarco está atualmente entre as cinco maiores fornecedoras de pelotas no mercado transoceânico e deverá subir para a segunda ou terceira posição no próximo ano, com aumento de sua capacidade de produção em Mariana (MG).
"O produtos de mais alta qualidade se sustentam mais no mercado", disse Pereira, ao ser questionado sobre os motivos para os prêmios das pelotas sobre o minério no mercado se manterem, apesar de um cenário de menor demanda da China por minério de ferro.
Nessa linha, o executivo explicou que desde o ano passado, cerca de 55% de suas vendas de pelotas vão para atender a produção da rota siderúrgica de redução direta, que exige produtos de maior qualidade e obtém maiores prêmios, enquanto o restante segue para os tradicionais altos-fornos.
A rota de redução direta permite menos emissões na fabricação do aço em relação ao alto-forno, uma vez que utiliza gás natural em vez de coque --um insumo obtido a partir do carvão mineral.
A Samarco reinaugurou em agosto a operação de uma segunda usina de pelotização de minério de ferro no Complexo de Ubu, no Espírito Santo, em passo que permitirá que a mineradora antecipe para o fim deste ano sua meta de atingir 60% de sua capacidade produtiva, à medida que ainda se recupera o desastre de Mariana, em 2015.
Com aportes totais de 1,6 bilhão de reais, a expansão da capacidade contará ainda com a conclusão de outras estruturas, abrindo caminho para que a Samarco entre em 2025 já com capacidade para produzir cerca de 15 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano. Atualmente, a companhia opera com 30% do total, ou aproximadamente 9 milhões de toneladas.
(Por Marta Nogueira)