Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - O Santander Brasil (SA:SANB11) realizou, na quarta-feira (13), uma teleconferência com analistas com a presença do CEO Sergio Rial e do CFO Angel Santodomingo.
Os principais tópicos abordados foram a expectativa de crescimento de crédito em 2021; custo do risco estável no 4º trimestre; estratégia de digitalização; aumento de concorrência; e o possível spin-off do GetNet.
A XP avaliou a conferência como positiva, mas ressaltou não ter tido grandes surpresas. A corretora tem recomendação Neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 32. A XP acredita que o banco tem um mix de crédito mais arriscado; maior porção de crédito de varejo em relação aos concorrentes; índice de inadimplência abaixo da média; e que está menos provisionado do que seus pares, o que pode afetar o lucro.
O Goldman Sachs, por sua vez, recomenda Venda para a ação, com preço-alvo de R$ 30, mas aponta alguns riscos de upside: o market share menor do que a concorrência, que pode levar a uma recuperação mais rápida do crescimento de empréstimos; a alta exposição a empréstimos a pessoa física, que pode elevar margens; e alta na qualidade dos ativos.
Por volta das 16h50, o papel tinha alta de 3,11%, a R$ 46,14, depois de ter registrado mínima de R$ 44,36 e máxima de R$ 46,20, com R$ 99,19 milhões em volume negociado. O Ibovespa operava em alta de 1,31%, aos 123.527 pontos.
Em relação ao crédito, o banco diz esperar crescimento alto, mas ainda na casa de um dígito, para 2021, com a recuperação da economia e o fim do auxílio emergencial, que foi usado por parte dos clientes para quitar débitos.
Além disso, o Santander espera que os segmentos de pequenas e médias empresas e agronegócio tenham crescimento mais acelerado, o primeiro refletindo necessidades de capital, e o segundo os preços mais altos do setor.
O custo do risco no quarto trimestre de 2020, na perspectiva da gestão do banco, deve seguir próximo do nível de 3% reportado nos três meses anteriores.
Outro ponto importante abordado pela administração foi a estratégia do Santander de agir mais como uma plataforma de distribuição do que um banco tradicional, alavancando canais digitais e usando as agências como pontos de venda. O banco diz ainda ter planos de oferecer serviços automotivos para clientes que compram seguros auto, além de planos de saúde e serviços de viagens.
Sobre a concorrência, o Santander diz esperar intensificação nos próximos anos. O banco espera que o mercado, que hoje é dominado por cinco grandes players, possa alcançar dez players significativos.
Durante a conferência, ainda, a gestão diz estar avaliando um possível spin-off do GetNet, considerando os riscos relacionados ao negócio e sua base de clientes. Além disso, também vê a oportunidade de criar uma plataforma de pagamentos regional e global.