O Santander Brasil (BVMF:SANB11) registrou lucro líquido gerencial (que desconsidera o ágio de aquisições) de R$ 2,309 bilhões no segundo trimestre deste ano, de acordo com números publicados nesta quarta-feira. Em um ano, o resultado do banco teve queda de 43,5%, enquanto na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve crescimento de 7,9%.
No comparativo anual, o banco voltou a crescer na margem financeira e reduziu o ritmo de expansão das provisões contra a inadimplência. Por outro lado, observou um crescimento maior das despesas, tanto gerais quanto de pessoal, o que reduziu os resultados.
A margem financeira bruta do banco, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi de R$ 13,579 bilhões, alta de 6,3% em um ano. O desempenho foi puxado pela margem com mercado, que apresenta o resultado da tesouraria do banco. Houve nova perda, de R$ 843 milhões, mas o número foi 44% melhor que o observado um ano antes, e 28% mais forte que o do trimestre anterior.
A tesouraria do Santander está no vermelho desde o ano passado, diante da alta da taxa Selic e da consequente abertura da curva de juros futuros no mercado. O banco tem posições majoritariamente pré-fixadas, que se desvalorizam em um cenário de juros em alta. No trimestre, porém, houve uma queda dos juros futuros diante da expectativa de cortes na Selic a partir de agosto.
Nas margens com clientes, o resultado no trimestre foi de R$ 14,422 bilhões, crescimento 1% no comparativo anual, e de 0,7% em três meses. Nesta linha, estão contabilizados os resultados com operações de crédito. Os spreads (diferença entre custo de captação e juros cobrados) caíram 1,6 ponto porcentual em um ano, para 9,9%.
O CEO do banco, Mario Leão, afirma que os indicadores mostram os efeitos positivos do freio que o Santander aplicou ao crédito no início do ano passado. "Mesmo com uma seletividade na originação, que resulta em spreads menores dado o foco em clientes com melhor perfil de riscos, observamos um aumento novamente da margem com clientes no trimestre, principalmente por volumes", diz ele no informe de resultados.
O Santander Brasil tinha ao final de junho R$ 1,096 trilhão em ativos totais, número que representa alta de 11,2% em um ano. No comparativo com o primeiro trimestre deste ano, houve alta de 4,5%.
O patrimônio líquido, por sua vez, aumentou 5,1% em um ano, para R$ 82,959 bilhões, de acordo com o banco.
Como o lucro caiu e o patrimônio aumentou, o retorno sobre o patrimônio líquido do Santander recuou 9,6 pontos porcentuais em um ano, para 11,2%. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, houve alta de 0,7 p.p..