Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - Um grupo de indígenas promoveu um protesto em frente ao Palácio do Planalto, nesta sexta-feira, contra medidas que possam restringir direitos aos povos originários, e o presidente Jair Bolsonaro, que estava fora de Brasília cumprindo agenda em Goiânia, usou as redes sociais para criticar a manifestação.
No protesto, que ocorreu na pista em frente ao palácio, na Praça dos Três Poderes, houve queima de um cartaz com os dizeres "Condenação ao Genocida". Indígenas também entoaram cânticos e palavras de ordem contra Bolsonaro.
Em uma das redes sociais de Bolsonaro foi postado um vídeo a partir da rampa do Palácio do Planalto com críticas à manifestação.
"Este tipo de gente quer voltar ao Poder com ajuda daqueles que censuram, prendem e atacam os defensores da liberdade e da CF (Constituição Federal)", disse o texto publicado, acrescentando que Bolsonaro se encontrava no momento no Comando de Operações Especiais em Goiânia.
Desde o início da semana, milhares de índios estão em vigília acampados na capital do país para protestar contra eventuais mudanças no Congresso Nacional que podem restringir direitos dos povos originários e também para acompanhar o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), iniciado na quinta-feira, sobre o marco temporal para demarcação das terras indígenas.
Eles são contrários a eventuais mudanças na política de demarcação de terras.
Por sua vez, Bolsonaro é a favor da adoção do marco temporal. O presidente é favorável à exploração econômica pelos indígenas de suas reservas e contra a demarcação de novas áreas.
O julgamento do STF, que tem atraído o interesse da comunidade internacional, vai ser retomado a partir da quarta-feira da próxima semana.