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Secretário do Tesouro quer pacto por grau de investimento e defende medidas que reduzam dívida pública

Publicado 03.10.2024, 10:40
Atualizado 03.10.2024, 11:50
© Reuters. Edifício do Ministério da Fazenda, em Brasílian14/02/2023nREUTERS/Adriano Machado
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BRASÍLIA (Reuters) - O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou nesta quinta-feira que para o Brasil alcançar o grau de investimento é preciso medidas pontuais, estruturais e redução de ruídos, sendo importante uma trajetória mais benigna do que a observada atualmente na dívida pública.

Em entrevista coletiva, ele destacou que a recuperação da base fiscal é um passo importante e que é preciso sinalizar um pacto da sociedade em prol da busca pelo grau de investimento.

"É importante que a gente adote medidas para que ter essa consolidação fiscal, essa estabilização da trajetória da dívida idealmente em patamar ligeiramente inferior a 80%", afirmou, depois de apontar que o atual cenário do Tesouro prevê uma estabilização da dívida bruta do governo em 2028 em patamar entre 81% e 82% do PIB.

O secretário disse que os dados fiscais de setembro, ainda não divulgados, mostram que as receitas do governo tiveram desempenho forte e números positivos na Previdência. Por outro lado, ele citou preocupação com o ritmo de crescimento de despesas com o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

"É algo que merece realmente um acompanhamento", disse, argumentando que o gasto com BPC cresceu 16,6% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2023.

Na terça-feira, a agência de classificação de risco Moody's elevou a nota do Brasil de Ba2 para Ba1 e manteve a perspectiva positiva, deixando o país a um degrau do chamado grau de investimento, classificação dada a países vistos como de baixo risco de calote.

Em meio a críticas de especialistas sobre ações criativas do governo para incorporar receitas ao Orçamento e ampliar despesas, o secretário afirmou que grande parte das avaliações de mercado têm viés porque os operadores estão posicionados em contratos de juros e câmbio, mas disse que as avaliações serão consideradas.

© Reuters. Edifício do Ministério da Fazenda, em Brasília
14/02/2023
REUTERS/Adriano Machado

Ele ressaltou que o governo não está usando artifícios para liberar créditos extraordinários, fora do Orçamento, citando que a maior parte desses gastos diz respeito à catástrofe no Rio Grande do Sul.

Em relação à reformulação do auxílio-gás, proposta do governo que poderia permitir gastos fora do Orçamento, Ceron afirmou que ideias de reformulação do programa foram apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda decidirá sobre o tema.

(Reportagem de Bernardo Caram; Reportagem adicional de Camila Moreira)

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