SÃO PAULO (Reuters) - O Santander Brasil (SA:SANB11) lançará uma plataforma online em setembro, permitindo que clientes peguem empréstimos usando uma variedade de garantias, incluindo casas a motocicletas, disse o presidente-executivo, Sergio Rial, nesta terça-feira.
"Empréstimos com garantia podem ser entre 2 e 3 pontos percentuais mais baratos", disse ele a jornalistas. "Estamos seguindo a tendência das fintechs."
Rial disse que o movimento -o primeiro entre os maiores bancos no país- visa a oferecer empréstimos mais baratos. O anúncio vem dias após o SoftBank ter liderado um aporte de 231 milhões de dólares na plataforma de empréstimos Creditas, especializada em empréstimos com garantia.
O Santander Innoventures, fundo de capital de risco do Santander, também está entre os investidores da Creditas.
A carteira de crédito do Santander Brasil cresceu 2,2% no segundo trimestre, na base sequencial, a 317,6 bilhões de reais. O aumento foi impulsionado principalmente por empréstimos ao consumidor, já que a demanda das empresas continuou fraca.
O banco anunciou mais cedo que sua rentabilidade, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido, ficou em 21,3%, mantendo a tendência de alta e 0,2 ponto percentual acima do primeiro trimestre, mas abaixo das estimativas dos analistas.
O lucro recorrente, que exclui itens extraordinários, chegou a 3,635 bilhões de reais, praticamente em linha com a expectativa dos analistas, mas 20,2% maior ano a ano.
Rial havia alertado investidores em abril que o crescimento dos empréstimos poderia desacelerar este ano, devido à menor demanda das grandes empresas e à competição mais acirrada no segmento de empréstimos ao consumidor.
A receita de tarifas do segundo trimestre aumentou 8,9% ante mesmo período de 2018, enquanto o banco ganhou mais clientes.
As provisões para perdas com empréstimos no trimestre aumentaram 8,5% ano a ano. Mas a margem financeira líquida - a diferença entre o que um banco paga para pedir dinheiro emprestado e o que cobra dos clientes por empréstimos - subiu.
A taxa de inadimplência acima de 90 dias foi de 3%, queda de 0,1 ponto na base sequencial, porém 0,2 ponto maior ano a ano.
O banco tem crescido mais que os rivais em parte devido à estratégia de emprestar a clientes muitas vezes evitados por competidores. Rial, no entanto, assegurou aos investidores que não haverá deterioração na qualidade dos ativos.
O espanhol Santander teve queda de 18% no lucro do segundo trimestre devido aos custos de reestruturação ligados à compra do Banco Popular e fraco desempenho no Reino Unido.
(Reportagem de Carolina Mandl)