Sem apetite dos investidores para ofertas de ações, as empresas recorreram com mais frequência às emissões de renda fixa no primeiro trimestre deste ano, mostram dados do boletim econômico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), divulgado nesta sexta-feira, 29.
As emissões de debêntures somaram R$ 56,3 bilhões de janeiro a março deste ano, crescimento de 86,1% em comparação ao mesmo período do ano passado e metade de todo o valor emitido neste ano até o momento. Foram 88 operações no período, o que significa uma média de R$ 639 milhões em cada operação.
Em um período marcado pelo aumento da taxa de juros e pela guerra na Ucrânia, as ofertas de ações somaram apenas R$ 11,3 bilhões, quase um terço do registrado no mesmo período do ano passado (R$ 32,9 bilhões). Uma série de empresas desistiram de realizar oferta, como CSN Cimentos, Madero, Bluefit Academias, entre outras.
De acordo com a CVM, o período foi marcado pela queda no indicador de apetite ao risco, que tem se mantido em patamares historicamente baixos.
Outro destaque do trimestre é o movimento de queda de performance e alta de volatilidade dos índices de títulos corporativos globais e emergentes.