Por Mateus Maia
BRASÍLIA (Reuters) - O setor siderúrgico brasileiro recebeu promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o plano do governo para abertura comercial do país vai dar espaço para a indústria se estruturar à nova realidade, sem "aventuras", afirmou o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes.
"Tivemos da parte dele (Guedes) a melhor acolhida. O ministro Paulo Guedes entendeu e acha que não será feita nenhuma aventura de abrir a economia sem que a indústria tenha condições de competir em igualdade", disse o executivo ao final de reunião com o ministro em Brasília.
Ele ressaltou que a indústria siderúrgica no Brasil perde competitividade internacional por conta da alta carga tributária e dificuldades do chamado "custo Brasil".
"Se eu pegar simplesmente a parte dos impostos cumulativos que existem no sistema tributário brasileiro, eu chego para exportar um produto de aço na ponta com 7 por cento de imposto embutido. Se eu pegar a parte de custo financeiro...Você está falando numa perda de competitividade em torno de 80 dólares por tonelada", afirmou Lopes a jornalistas.
Segundo Lopes, Guedes apresentou sua agenda de prioridades para a economia, encabeçada pela reforma da previdência, mas que também prevê uma reestruturação tributária, que poderia eliminar a cobrança pelo retorno do mecanismo de compensação tributária Reintegra, um pleito antigo da indústria nacional.
"Se a reforma tributária for aprovada, eu deixo de ter problema com Reintegra, não preciso, porque acabou a cumulatividade de impostos", disse o presidente do IABr.