LONDRES (Reuters) - A anglo-holandesa Shell deu sinal verde para o desenvolvimento de sua maior plataforma no Golfo do México, após realizar fortes cortes de custos que tornaram o projeto em águas profundas economicamente viável, mesmo com os baixos preços do petróleo.
A decisão de investir bilhões de dólares no projeto Appomattox chega em um momento em que as petroleiras somam 200 bilhões de dólares em megaprojetos adiados ou abandonados como consequência da queda dos preços registrada no ano passado.
O investimento da Shell mostra que a gigante petroleira aposta na produção em águas profundas, enquanto busca concluir até o início de 2016 a aquisição, por 70 bilhões de dólares, do grupo britânico BG, maior parceiro da Petrobras (SA:PETR4) no pré-sal e segundo maior produtor de petróleo no Brasil, perdendo apenas para a estatal brasileira.
O projeto, a 130 quilômetros da costa de Lousiana, deve começar a operar no final desta década e atingir o pico de produção de cerca de 175 mil barris de óleo equivalente por dia, disse a Shell nesta quarta-feira.
A empresa, que opera sete plataformas no Golfo do México, disse que reduziu o custo do empreendimento em 20 por cento com melhorias no projeto e redução de custos com contratadas e fornecedores, levando o preço de equilíbrio a quase 55 dólares por barril de óleo equivalente.
A Shell tem uma participação de 79 por cento no projeto Appomattox, enquanto a Nexen Petroleum, subsidiária da chinesa CNOOC, tem os demais 21 por cento.
(Por Ron Bousso)