A Southwest Airlines (NYSE:LUV) receberá menos aviões neste ano do que o inicialmente esperado à medida que as questões na Boeing (NYSE:BA) se intensificam. Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (a SEC, na sigla em inglês) nesta terça-feira, 12, a Southwest, que usa apenas aeronaves Boeing, disse que a Boeing informou à companhia aérea que espera realizar 46 entregas do avião 737-8 em 2024, menos do que as 79 esperadas anteriormente.
"Como resultado dos desafios contínuos da Boeing, a empresa espera que o cronograma de entrega seja instável e, portanto, planeja reduzir a capacidade e reorganizar os cronogramas, principalmente para o segundo semestre de 2024, o que provavelmente resultará em pelo menos um ponto na redução dos planos de capacidade da empresa para o ano inteiro de 2024, no comparativo ano a ano", informou a Southwest no documento.
As ações da Southwest chegaram a cair 14,5%, a US$ 28,87, no início da tarde, no pregão desta terça-feira, na Bolsa de Valores de Nova York. As ações da Boeing cediam 3,25%, a US$ 186,20 no mesmo período.
Os ativos da Boeing caíram cerca de 29% até agora em 2024 já que a fabricante de aeronaves passou por alguns meses desafiadores. Um voo do Alaska Air Group (NYSE:ALK) teve que realizar um pouso de emergência em janeiro, depois que um plugue da porta de emergência estourou em um 737 MAX 9. Isso levou as aeronaves do mesmo tipo a permanecerem inativas em terra. Em 4 de março, a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), o órgão regulador do espaço aéreo nos EUA, informou que encontrou vários casos em que a Boeing supostamente não cumpriu os requisitos de controle de qualidade de fabricação. O Departamento de Justiça dos EUA também está conduzindo uma investigação criminal sobre o voo da Alaska Air que resultou no pouso de emergência.
O anúncio da Southwest ocorre no momento em que as companhias aéreas se preparam para a Conferência J.P. Morgan Industrials, um encontro de líderes empresariais e investidores institucionais, no final do dia. Em um preparativo para a conferência, a Alaska Air disse, em um documento regulatório, que, como resultado do incidente na porta e da permanência em terra de aeronaves, "a lucratividade foi impactada negativamente em pelo menos US$ 150 milhões". A Alaska Air disse que "recebeu uma compensação parcial da Boeing", que será contabilizada nos lucros do primeiro trimestre. "Nossa expectativa ajustada de prejuízo por ação reflete esse ressarcimento, e aproximadamente (US$ 0,30) relativo à permanência dos aviões em terra."
A Alaska Air disse que recolocou sua frota em serviço com segurança e restabeleceu a programação, informando que o desempenho do primeiro trimestre está no caminho certo para superar as expectativas anteriores.
A American Airlines (NASDAQ:AAL) atualizou suas estimativas financeiras do primeiro trimestre sem mencionar a Boeing em um documento regulatório na terça-feira. A companhia aérea espera agora que o seu prejuízo ajustado por ação no primeiro trimestre fique no limite inferior da projeção anterior. A perda projetada pela companhia era entre US$ 0,15 e US$ 0,35, à medida que os preços dos combustíveis "aumentaram significativamente". Fonte: Dow Jones Newswires