Por Alessandro Albano
Investing.com - A semana da Black Friday terminou com uma nota positiva para as ações dos EUA, com Nasdaq 100 S&P 500, Dow Jones e {{ 170|Russell 2000} } motivado por um possível pivô do Fed na reunião de 14 de dezembro, após os últimos dados de inflação de outubro e resultados trimestrais de empresas de varejo.
O desempenho de 2022, no entanto, foi marcado por uma dolorosa redução na avaliação, e o Goldman Sachs (NYSE:GS) também está diminuindo o entusiasmo para 2023. Em um relatório, analistas alertam que no próximo ano a tendência das ações será caracterizada "pela falta de crescimento do lucro por ação (EPS), o que corresponderá a "crescimento zero no S&P 500".
O modelo de avaliação do banco de investimento prevê um múltiplo P/L inalterado de 17x e um nível de referência do S&P 500 de 4.000 pontos.
Fonte: Goldman Sachs
Nervos fortes também em 2023
"O custo do dinheiro não é mais zero", explicam no Goldman. O custo médio ponderado do capital (WACC) das empresas norte-americanas no final de 2021 esteve próximo do “nível mais baixo da história”, enquanto na sequência das subidas da Fed para conter a inflação, o WACC aumentou 200 pontos base, atingindo 6%”, o nível mais alto em uma década e o maior aumento ano a ano em 40 anos."
Em 2023, o custo do capital permanecerá próximo ao nível atual, portanto o banco espera "menos dor, mas também nenhum ganho".
"Nossas previsões básicas - eles escrevem no relatório - assumem um pouso suave da economia dos EUA. Segundo nossas estimativas, em 2023 o LPA do S&P 500 permanecerá inalterado em 224 dólares e o índice fechará o próximo ano em 4000 (+ 1%) com um múltiplo P/L de 17x inalterado de 17x, que se classifica no 74º percentil em relação aos gráficos históricos."
No curto prazo, porém, os investidores terão de manter os cintos de segurança apertados: o preço-alvo do Goldman para o benchmark de Wall Street é esperado em 3.600 pontos em três meses (-9%) e em 3.900 pontos em seis meses, graças a uma eventual fim do ciclo de aperto do Fed em maio.
Segundo o banco de investimento, um cenário de recessão com aterragem forçada provocada pelo banco central continua a ser um "risco distinto". Assumindo uma "contração modesta" no PIB real, o lucro por ação do índice cai 11%, para US$ 200, com um P/L de 14x, enquanto em uma recessão prolongada pode cair 21% e atingir 3.150.
Estratégias de investimento
A combinação de um retorno zero no caso-base do Goldman e uma grande desvantagem no caso de uma recessão chama os investidores a serem cautelosos.
- Várias recomendações partem do banco sobre as exposições a ter nas carteiras:
- Possuir setores defensivos com baixo risco de taxas (Saúde, Consumo Básico e Energia);
- Deter títulos com alavancagem na desaceleração da inflação;
- Evite ações não lucrativas de longo prazo;
- Foco em empresas com grandes margens de lucro;
- Evite ações com margens vulneráveis e exposição a índices de gastos e consumo.