Investing.com - Esta semana, mercados financeiros do mundo todo se concentrarão no relatório de emprego dos EUA, previsto para sexta-feira, com o intuito de avaliar a força da maior economia do mundo e como esses números impactarão a perspectiva de política monetária do Fed até o fim do ano.
Agentes de mercado também se concentrarão na decisão de política monetária do Banco da Inglaterra em meio a apelos dos decisores da instituição por taxas de juros mais altas nos próximos meses.
Na zona do euro, investidores aguardarão dados mensais de inflação na região para avaliar o momento em que o Banco Central Europeu começará a reduzir seu programa massivo de compra de ativos.
Na Ásia, investidores aguardarão os dados mensais sobre o setor industrial da China em meio a recentes sinais de que a força da segunda maior economia do mundo permanece forte.
O anúncio da política monetária do Banco da Reserva da Austrália também estará em foco.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Relatório de Emprego dos Estados Unidos
O Departamento de Trabalho dos EUA divulgará seu relatório de julho de folhas de pagamento não agrícolas na próxima sexta-feira às 9h30 (horário de Brasília).
O consenso das previsões indica que os dados mostrarão que houve acréscimo de 183.000 empregos este mês após o aumento de 222.000 em junho e a taxa de desemprego deve cair de 4,4% para 4,3%.
A maior parte das atenções provavelmente se voltará aos números relativos à média de ganhos semanais, que devem subir 0,3% após terem aumentado 0,2% no mês anterior.
Além do relatório mensal de empregos, o calendário desta semana também traz dados norte-americanos sobre renda pessoal e gastos pessoais, que inclui os dados da inflação das despesas de consumo pessoal, a métrica preferida do Fed para a inflação.
Relatórios sobre crescimento dos setores da indústria e de serviços, vendas de automóveis, encomendas à indústria e também os números mensais da balança comercial também estão na agenda.
As convicções de outro aumento de juros feito pelo Fed até o fim do ano estão mais baixas, de acordo com Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com, com apenas 35% dos agentes de mercado esperando outro movimento até dezembro devido a preocupações com a perspectiva de inflação moderada.
Já no mercado de ações, investidores assimilarão outra semana cheia de resultados, com cerca de um quinto das empresas constituintes do S&P 500 preparadas para divulgar resultados. A Apple (NASDAQ:AAPL) e a Tesla (NASDAQ:TSLA) atrairão boa parte das atenções.
As manchetes de Washington permanecerão em foco, já que o Senado deverá continuar o trabalho a respeito de um projeto de lei do sistema de saúde para revogar o Obamacare. A investigação sobre as ligações da campanha de Donald Trump, presidente norte-americano, com a Rússia continuarão a chamar a atenção.
2. Anúncio de política monetária do Banco da Inglaterra
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) anunciará sua decisão sobre a taxa de juros às 08h00 (horário de Brasília) da próxima quinta-feira. O banco central também publicará seu Relatório Trimestral da Inflação no mesmo horário na quinta-feira. Mark Carney, dirigente do BoE, participará de uma entrevista coletiva pouco depois do anúncio.
A maioria dos economistas espera que o banco central mantenha as taxas de juros em seu recorde mínimo para apoiar o crescimento econômico, embora alguns deles apelem por aumento dos juros.
Três dos oito decisores votaram por um aumento dos juros na última reunião, mas Kristin Forbes, que fazia parte desse grupo de três, não está mais no BoE.
A maioria dos investidores reconhece que enquanto os salários não se recuperem e as incertezas em torno do Brexit não tenham reduzido, as taxas de juros precisam permanecer em seus níveis mínimos recordes.
Além do BoE, investidores também manterão foco em relatórios sobre a atividade nos setores da indústria, da construção civil e de serviços, à procura de mais indicações sobre o efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
Alguns decisores do banco central inglês começaram a pedir taxas mais altas de juros nos próximos meses devido a um aumento recente na inflação, que foi causa, em grande parte, pela queda no valor da libra após a decisão do Brexit no ano passado.
No entanto, uma série recente de dados fracos e mais incertezas quanto ao impacto do Brexit na economia arrefeceram as especulações de que o BoE estaria pronto para começar a remover seu estímulo em nível de crise.
3. Números da inflação da zona do euro
A zona do euro publicará seus números da inflação de julho às 06h00 (horário de Brasília) desta segunda-feira.
O consenso das projeções indica que o relatório mostrará que os preços ao consumidor subiram 1,3% neste mês, inalterados a partir de junho e muito aquém da meta do BCE de pouco abaixo de 2%.
Talvez de forma mais significativa, os números do núcleo da inflação, sem os preços voláteis de energia e alimentos, têm projeções de permanecer em 1,1% a partir do mês anterior.
Além dos dados da inflação, a zona do euro publicará um relatório preliminar sobre o crescimento econômico do segundo trimestre na próxima terça-feira. Espera-se que a economia da região tenha crescido 0,6% no período entre abril e junho, o que equivale a uma taxa anualizada de 2,4%.
O Banco Central Europeu pediu paciência e persistência para levar a inflação de volta à sua meta este mês. Mario Draghi, presidente do banco central, acrescentou que as discussões sobre o futuro do programa de compras de ativos do banco aconteceriam no outono.
4. Dados da indústria chinesa
A Federação Chinesa de Logística e Compras deve divulgar dados sobre a atividade do setor industrial julho às 22h00 (horário de Brasília) deste domingo, em meio a expectativas de uma redução modesta de 51,7, máxima de três meses atingida em junho, para 51,6.
O índice industrial Caixin, que se concentra principalmente em pequenas e médias empresas, está previsto para ser divulgado às 22h45 (horário de Brasília) da próxima segunda-feira. Espera-se que o estudo apresente uma leitura estável em 50,4.
Qualquer valor acima de 50,0 aponta expansão, ao passo que leituras abaixo de 50,0 indicam contração na indústria.
A economia da China cresceu 6,9% no segundo trimestre, o que foi mais do que o esperado e compatível com o ritmo do primeiro trimestre, com sustentação de fortes exportações, produção industrial e consumo.
5. Reunião de política monetária do Banco da Reserva da Austrália
O Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês) deve divulgar sua mais recente decisão sobre a taxa de juros na próxima terça-feira à 01h30 (horário de Brasília).
A maioria dos economistas espera que o banco central mantenha as taxas inalteradas em nível baixo recorde de 1,5% pela 11ª reunião seguida e que mantenha sua posição política neutra, pois analisam o risco de aumentar ainda mais o endividamento no mercado imobiliário aquecido no país frente à inflação morna.
Além do RBA, dados sobre vendas no varejo e balança comercial do país também devem chamar a atenção.
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