BEIRUTE (Reuters) - Combatentes do Estado Islâmico parecem estar reforçando as defesas em torno de seu principal reduto na Síria, a cidade de Raqqa, depois de perderem terreno esta semana para forças lideradas pelos curdos, disse um porta-voz da milícia curda YPG nesta quarta-feira.
O avanço liderado pelos curdos no coração do território sob controle do Estado Islâmico está invertendo a dinâmica dos militantes, que tomaram cidades importantes da Síria e Iraque no mês passado. Forças curdas apoiadas por ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos tomaram do Estado Islâmico a cidade de Ain Issa, no norte da Síria, na terça-feira, depois de capturarem uma base militar durante a noite.
Os curdos e seus aliados rebeldes sírios estão a cerca de 50 quilômetros de Raqqa, capital de facto do Estado Islâmico, a partir da qual os militantes islamistas governam uma região que chamam de califado, em grandes áreas da Síria e do Iraque.
Nesta quarta-feira, o porta-voz YPG, Redur Xelil, disse em uma mensagem online que os curdos receberam informações de que o Estado Islâmico "tinha começado a cavar trincheiras nos arredores de Raqqa para melhorar suas defesas", por causa dos avanços curdos.
O YPG afirmou na terça-feira que ainda não estava planejando um assalto a Raqqa e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento do conflito, informou que as operações visavam tomar o controle de uma estrada leste-oeste, que liga a cidade de Aleppo com a província de Hasaka, a nordeste.
Os combatentes do YPG se tornaram os aliados mais confiáveis na campanha liderada pelos EUA na Síria contra o Estado Islâmico, e o YPG diz manter estreita coordenação com os norte-americanos.
(Reportagem de Sylvia Westall)