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Stellantis estuda produzir híbrido a etanol no Brasil, terá nova marca no país em 2022

Publicado 04.03.2022, 15:38
Atualizado 04.03.2022, 17:01
© Reuters. Placa mostra logotipo da Stellantis  na entrada de fábrica da empresa em Hordain, França 
07/07/2021
REUTERS/Pascal Rossignol/File Photo  GLOBAL BUSINESS WEEK AHEAD
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SÃO PAULO (Reuters) - A Stellantis está estudando eventual produção e venda no Brasil de um veículo híbrido, movido a eletricidade e etanol, até 2025 e planeja o lançamento para este ano de uma nova marca do grupo no país, afirmou o presidente da companhia para América do Sul, Antonio Filosa, nesta sexta-feira.

O executivo afirmou que a empresa pretende lançar 16 novos modelos de veículos e mais 7 elétricos e híbridos na região até 2025, para impulsionar as marcas francesas Peugeot e Citroen sem perder de vista a liderança de mercado obtida com Fiat e Jeep.

"Estamos trabalhando para isso...ainda não temos um cronograma definido para chegada ao mercado (do modelo híbrido a etanol no Brasil), mas poderia não ser tão longe assim...Lá para 2025, se tudo der certo, a gente poderia começar a propor esse tipo de tecnologia", disse Filosa ao ser questionado sobre eventual lançamento em 2026.

"O etanol é muito relevante no Brasil e menos em outros países da América Latina, mas começa a ganhar relevância em outros países, como a Índia", disse o executivo, frisando que o desenvolvimento do híbrido a etanol se daria primeiro focando o mercado brasileiro.

Filosa afirmou que a Stellantis prepara o lançamento de uma nova marca para a região - atualmente o grupo trabalha com sete marcas de veículos na América do Sul - mas ele não confirmou se seria a Alfa Romeo, de modelos de luxo.

"Vocês vão saber este ano ainda. Começa com "A", mas não é Alfa Romeo", brincou o executivo. No portfólio de marcas da Stellantis, a outra marca que tem a letra "A" como inicial é a italiana Abarth, de preparação de veículos para alto desempenho.

Segundo ele, em 2021, a Stellantis teve um lucro operacional (Ebitda) ajustado de 882 milhões de euros na América do Sul, após break even em 2020. A receita na região somou 10,7 bilhões de euros, de um total faturado no mundo de 152 bilhões.

O grupo encerou fevereiro com uma participação de mercado no Brasil de 39,9%, equivalente a uma venda de 80.675 veículos e a um ganho de 5,4 pontos percentuais sobre 2021. O país não é o maior mercado para a Stellantis, mas é o local onde a empresa tem a maior fatia de mercado no mundo.

Filosa afirmou que se mantém "otimista" sobre o mercado brasileiro, esperando crescimento para 2022, mas preferiu não cravar um número, diante das incertezas envolvendo a crise de oferta de componentes para produção de veículos, eventuais novas ondas de Covid-19 e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia.

Em dezembro, o executivo estimou que as vendas de veículos leves no país deveriam subir 10% este ano. A associação de montadoras, Anfavea, estimou em janeiro alta de cerca de 8%.

Por conta da guerra, que segundo Filosa tende a inflacionar os já elevados preços de commodities, e das incertezas sobre a cadeia de suprimentos, a redução de 25% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) anunciada pelo governo federal na semana passada deve servir mais para segurar a alta dos preços dos veículos este ano.

Em janeiro, por exemplo, contratos de fornecimento de aço para o setor automotivo tiveram seus preços reajustados em 60% pelas siderúrgicas locais.

"A redução (do IPI) chegou num momento muito bom", disse ele. "Vai ajudar a recuperar volumes de vendas nos médio a longo prazos...Mas no curto prazo, é mais provável que isso ajude a compensar o que seria um aumento maior dos preços (dos veículos)", disse o executivo.

Questionado sobre se a redução do IPI poderia impulsionar as vendas, ele afirmou que atualmente "as vendas dependem da produção e a produção depende das cadeias de valor (de autopeças) que ainda não estão regulares", disse Filosa. "Neste momento, não está faltando cliente."

© Reuters. Placa mostra logotipo da Stellantis  na entrada de fábrica da empresa em Hordain, França 
07/07/2021
REUTERS/Pascal Rossignol/File Photo  GLOBAL BUSINESS WEEK AHEAD

No primeiro bimestre, as vendas de veículos novos no Brasil despencaram 24,4% ante mesmo período de 2021, pressionadas por um tombo de 22,7% em fevereiro, segundo dados de associação de concessionários, Fenabrave.

Sobre o comportamento das vendas de veículos em outros mercados da América do Sul em 2022, Filosa afirmou que espera que a Argentina fique "mais ou menos estável" e que Chile e demais países deverão "crescer um pouco mais" que o Brasil.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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