SÃO PAULO (Reuters) - O prejuízo para empresas que atuam no porto fluvial de Miritituba, no Pará, já soma 150 milhões de reais desde 3 de julho, quando começaram bloqueios na BR-163 que impedem a chegada de milho e soja ao local, afirmou nesta quarta-feira a Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), que reúne diversas companhias e tradings, como Cargill e Bunge.
Desde a semana passada, protestos são realizados na rodovia que corta o sudoeste do Pará por agricultores, comerciantes, pecuaristas e outros segmentos contrários ao veto do presidente Michel Temer à medida provisória 756, que alterava os limites da Floresta Nacional do Jamanxim.
Em nota enviada à Reuters, a ATP disse que esse valor relaciona-se ao volume de grãos que deixou de ser transportado para Miritituba, de onde as cargas são levadas em barcaças para os terminais de exportação do chamado Arco Norte.
Os protestos impactam principalmente o transporte de milho, cuja segunda safra está em colheita, conforme relatos de associações de exportadores.[nL1N1K218B]
Segundo a ATP, entre os meses de fevereiro e março deste ano, as empresas em Miritituba já haviam registrado perdas de 500 milhões de reais por causa da falta de infraestrutura na BR-163.
Nos primeiros meses do ano, chuvas intensas na região, onde a estrada não é pavimentada, impediram o tráfego de caminhões, que ficaram atolados na lama.
A ATP informou ainda em nota que existe uma liminar judicial para que a Polícia Rodoviária Federal libere a via.
Mas, segundo a associação, em razão da falta de recursos para envio de policiamento aos locais dos protestos, a PRF não teria tido sucesso nesse trabalho.
"A ATP reforça que a necessidade de intervenção da Polícia Rodoviária Federal é fundamental para a garantia e manutenção dos benefícios trazidos pelo agronegócio à balança comercial do Brasil."
Procurada, a PRF não tinha um representante para comentar o assunto imediatamente.
(Por José Roberto Gomes)