Investing.com - A primeira impressão ao verificar que a Suzano (SA:SUZB3) teve um prejuízo líquido de R$ 3,46 bilhões no terceiro trimestre é que suas ações seriam penalizadas pelos investidores na sessão desta sexta-feira (01) na B3. Ainda mais que as perdas foram superiores a R$ 3,26 bilhões à previsão média de analistas compiladas pela Refinitiv. Mas não é isso que ocorre nas negociações nesta manhã na bolsa paulista.
As ações da Suzano (SA:SUZB3) lideram as altas do Ibovespa às 11h21, com ganhos de 5,85% a R$ 34,55. O que explica o "contrassenso"?
A avaliação de Mirae Asset e BTG Pactual (SA:BPAC11) é de que o resultado veio em linha com que a expectativa dos investidores. O BTG Pactual ressalta, inclusive, importantes aspectos positivos do balanço trimestral da Suzano (SA:SUZB3), como a redução de estoque, fluxo de caixa livre e a suspensão do guidance de produção de celulose para o restante do ano, aspectos que animam os investidores.
O banco celebra a decisão dos executivos da companhia em suspender o guidance de produção de celulose para o restante de 2019, anunciado logo após a divulgação do balanço ontem depois do fechamento do mercado. Além disso, o BTG (SA:BPAC11) destaca que a Suzano (SA:SUZB3) conseguiu reduzir o estoque no terceiro trimestre deste ano acima da expectativa dos analistas, após reduzir o volume de produção. Enquanto o mercado aguardava uma queda de aproximadamente de 300 mil toneladas no estoque, Suzano surpreendeu ao entregar uma redução de 450 mil toneladas.
Outro aspecto positivo para o BTG (SA:BPAC11) é o fluxo de caixa livre da companhia no período. Apesar de a alavancagem ter subido para 4,7x - contra 3,5x no segundo trimestre -, devido à significativa variação cambial, a Suzano (SA:SUZB3) conseguiu entregar um fluxo de caixa de R$ 1,1 bilhão, resultado interessante devido à abrupta queda do preço da celulose.
Tanto a Mirae Asset como o BTG Pactual (SA:BPAC11) recomendam a compra de papéis da Suzano (SA:SUZB3). Ambos vêem recuperação do preço da celulose para 2020, com o BTG avaliando que os preços já atingiram ou estão próximos do piso.
O preço-alvo da Mirae para Suzano (SA:SUZB3) é de R$ 39,17, um potencial de valorização de 20% comparado com o fechamento de ontem dos papéis da papeleira, que encerraram a R$ 32,64, alta de 1,05%. Já o preço-alvo do BTG (SA:BPAC11) em 12 meses para Suzano é R$ 40,00, potencial de alta de 23,8%.
Balanço 3T19
Além do prejuízo bilionário, a companhia anunciou que o resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de 2,396 bilhões de reais, queda de 56% ante mesma etapa de 2018. A previsão média de analistas para esta linha era de 2,62 bilhões de reais.
Em fato relevante, a Suzano (SA:SUZB3) informou ainda que decidiu descontinuar a projeção de volume de produção de celulose de mercado referente a 2019, devido às condições do mercado.
*Com Reuters