Mercado reduz previsão de inflação este ano a 5,05% e vê superávit comercial menor em 2025 e 2026
Investing.com — O impacto completo do aguardado anúncio tarifário do presidente dos EUA, Donald Trump, previsto para 2 de abril, ainda não foi integralmente precificado pelos mercados, segundo avaliação da Wolfe Research.
Em relatório distribuído na terça-feira, os analistas liderados por Tobin Marcus observaram que, apesar da correção nos índices acionários na última sexta-feira ter contribuído para alinhar o mercado às expectativas, o sentimento predominante entre os investidores do sell-side é de que Trump deverá anunciar tarifas recíprocas mais agressivas do que o inicialmente previsto.
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O plano do presidente consiste em aplicar tarifas equivalentes às barreiras tarifárias impostas por parceiros comerciais sobre produtos norte-americanos. Segundo Trump, essa abordagem busca reduzir desequilíbrios na balança comercial dos EUA, aumentar a arrecadação e estimular a reindustrialização do país.
Economistas, por outro lado, alertam para os riscos de reativação das pressões inflacionárias e de enfraquecimento do crescimento, o que configuraria um cenário de estagflação — combinação que historicamente tem sido nociva para os ativos de risco.
A incerteza em torno da agenda tarifária comprometeu o humor dos investidores ao longo do primeiro trimestre, frustrando parte do otimismo inicial de que Trump adotaria uma política mais pró-negócios em seu segundo mandato. O S&P 500, referência para o mercado acionário norte-americano, encerrou o período com sua pior performance para um primeiro trimestre desde 2022.
Ainda que parte do mercado tenha mantido a expectativa de que as tarifas seriam utilizadas como instrumento de negociação e teriam duração limitada, a Wolfe Research argumenta que essas medidas devem se mostrar mais persistentes. “Trump está empenhado em reconfigurar a economia norte-americana e a lógica do comércio internacional. Para ele, as tarifas não são apenas alavancas de negociação, mas sim a principal ferramenta para implementar essa visão”, escreveram os analistas.
Eles acrescentam que declarações recentes do próprio presidente e de assessores da Casa Branca corroboram a tese de tarifas mais duradouras. “Ficamos impressionados com o grau de convicção e com o objetivo declarado de promover transformações estruturais. Isso reforça que as propostas tarifárias de Trump não devem ser encaradas como blefe.”
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