Taxas curtas de DIs sobem com mercado de olho em pautas fiscais no Congresso

Publicado 01.10.2025, 16:48
Atualizado 01.10.2025, 16:49
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs com prazos mais curtos fecharam a quarta-feira em leve alta no Brasil, com investidores monitorando a tramitação de propostas no Congresso que influenciam diretamente o equilíbrio fiscal.

Já as taxas longas tiveram leves perdas, consolidadas no fim da sessão, em sintonia com o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,375%, em alta de 3 pontos-base ante o ajuste de 13,342% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2029 marcava 13,25%, ante o ajuste de 13,217%.

Entre os contratos longos, o DI para janeiro de 2035 tinha taxa de 13,485%, em baixa de 3 pontos-base ante 13,513%.

No exterior o dia foi marcado pela baixa dos rendimentos dos Treasuries, influenciada pelo início da paralisação parcial do governo norte-americano, depois que republicanos e democratas não chegaram a um acordo sobre o Orçamento.

O viés negativo para os yields se intensificou depois que Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que o setor privado dos Estados Unidos fechou 32.000 postos de trabalho no mês passado, após um declínio de 3.000 em agosto, em dado revisado para baixo. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 50.000 postos, depois da criação de 54.000 vagas relatada anteriormente em agosto.

O resultado aumentou o espaço, na visão dos agentes, para novos cortes de juros nos Estados Unidos nos próximos meses.

No Brasil, porém, as taxas dos DIs se mantinham em alta, com investidores atentos a Brasília. O plenário da Câmara pode votar ainda nesta quarta-feira o projeto de lei que isenta de Imposto de Renda os brasileiros que ganham até R$5 mil por mês.

Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, a preocupação do mercado é que não haja medidas para compensar a perda de arrecadação do governo com o IR.

“Sabemos que o Congresso é rápido para aprovar isenções, mas que não há uma base consolidada para elevar impostos”, pontuou.

Além da proposta do IR, o Congresso se debruça sobre a medida provisória (MP) que eleva a taxação sobre aplicações financeiras e bets, que perderá a validade na quarta-feira que vem se não for votada.

A MP eleva a taxação sobre apostas esportivas online (bets), institui a tributação sobre ganhos com títulos atualmente isentos, altera o imposto de outras aplicações financeiras e prevê medidas de contenção de despesas. A estimativa é de que ela possa render R$20 bilhões em arrecadação, além de uma redução de R$15 bilhões nas despesas.

Na prática, se a MP caducar antes de ser votada, o governo terá um novo rombo a ser coberto no Orçamento.

Rostagno avaliou ainda que a curva de juros brasileira seguiu refletindo nesta quarta-feira as comunicações mais recentes do Banco Central, que deixou claro a intenção de manter a Selic em 15% por um período prolongado.

Perto do fechamento a curva brasileira precificava em 100% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, no início de novembro.

Na reta final dos negócios, o recuo dos rendimentos dos Treasuries acabou conduzindo as taxas dos DIs de prazos mais longos -- trecho da curva onde os estrangeiros mais atuam -- para o território negativo no Brasil.

Às 16h34, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 4 pontos-base, a 4,112%.

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