Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Telefônica Brasil e a TIM (SA:TIMP3) vão considerar compra de ativos da rival Oi (SA:OIBR3) se estes forem colocados à venda, afirmaram executivos de ambas as empresas nesta terça-feira.
Em setembro, a Reuters publicou que a Oi, que está em recuperação judicial, estava negociando com as duas operadoras sobre venda de ativos para evitar insolvência.
"Como presidente-executivo de uma operadora de capital aberto, eu tenho o dever de acompanha se isso gera ou não valor para meus acionistas se estes ativos forem colocados à disposição", disse a jornalistas o presidente-executivo da TIM, Pietro Labriola, durante a feira de telecomunicações Futurecom.
Já o presidente-executivo da Telefônica Brasil, Christian Gebara, afirmou que a empresa teria interesse em avaliar a compra da operação de telefonia móvel da Oi por causa das frequências.
"Esta decisão vai depender de quais frequências serão leiloadas para o 5G e quais ativos móveis serão colocados à venda ... Vamos analisar o panorama completo", disse Gebara.
As ações da Oi encerraram o dia em alta de mais de 3%, enquanto os papéis da Telefônica Brasil caíram 0,2% e os da TIM recuaram 1%.
Além das duas operadoras, a Claro, do grupo América Móvil, também está aberta a discutir um acordo com a Oi.
O vice-presidente de operações da Oi, Rodrigo Abreu, tem afirmado que a operadora vai considerar vender sua operação de telefonia móvel se receber ofertas atraentes.
5G NO BRASIL
Tanto Gebara quanto Labriola enfatizaram que é muito cedo para especular sobre as regras para o leilão 5G previsto pelo próximo ano, uma vez que a Anatel ainda está conduzindo testes de interferência sobre outros serviços.
O leilão está previsto para ocorrer em algum momento do segundo semestre de 2020 ante previsões iniciais para março.
"Vai ser um problema se isso acontecer amanhã com regras que não beneficiam a indústria ou o país... Eu ficaria satisfeito se o leilão ocorrer mais tarde, mas com as regras certas que possam garantir o retorno de nosso investimento", disse Labriola.
Além da aprovação de um novo marco para o setor pelo Congresso ocorrida há algumas semanas, Gebara espera mudanças estruturais adicionais para garantia do sucesso do lançamento do 5G no Brasil.
"A fórmula do passado não será o bastante", disse Gebara, afirmando que o país precisa também de uma reforma tributária e outras medidas.