Por Gabriel Codas
Investing.com - As ações da Telefônica Brasil operam com ganhos nesta quarta-feira na B3, se destacando em meio à queda do Ibovespa hoje. A companhia anunciou antes da abertura do mercado que teve queda de 14,1% no lucro líquido do primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2019, conforme maiores despesas com impostos e depreciação ofuscaram a melhora de resultados operacionais.
A companhia, que opera sob a marca Vivo no país, informou lucro líquido de R$ 1,153 bilhão entre janeiro e março, abaixo da estimativa média de analistas consultados pela Refinitiv de R$ 1,336 bilhão, destaca a agência Reuters.
No entanto, contribui para alta das ações da operadora a possível compra da rede móvel da Oi (SA:OIBR3), junto com a concorrente TIM (SA:TIMP3). As ações da Telefonica já têm alta acumulada de 9,7% desde segunda-feira, quando as especulações sobre a aquisição ganharam força.
Além disso, a expectativa de que o setor de telefonia tenha desempenho superior a outros setores durante a crise do coronavírus exerce pressão altista nas ações das operadoras de telefonia, especialmente pelo crescimento da demanda por seus serviços durante esse período de isolamento social.
Assim, por volta das 11h04, os papéis somavam 1,6% a R$ 50,29. Já o Ibovespa registrava perdas de 1,17% a 78.539 pontos.
Balanço
Já o desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 3,4% ano a ano, para R$ 4,5 bilhões, superando a previsão de R$ 4,33 bilhões, também conforme dados da Refinitiv. A margem Ebitda subiu a 41,6% ante 39,7% no primeiro trimestre de 2019.
A receita operacional líquida caiu 1,4%, para R$ 10,8 bilhões, após quedas tanto no serviço móvel quanto no fixo, além de menores vendas de aparelhos.
Ao mesmo tempo, os custos operacionais encolheram 4,5% no trimestre encerrado em 31 de março, para R$ 6,3 bilhões, refletindo contínuos esforços de automação e digitalização da companhia.
A Vivo registrou 93,1 milhões de acessos ao fim de março, queda de 2% sobre igual intervalo de 2019, à medida que uma retração de 14,6% na base de telefonia fixa mais que compensou um crescimento de 1,7% no segmento móvel, onde a participação de mercado da empresa chegou a 33% no Brasil.
A base de clientes pós-pago da operadora cresceu 6,6% no primeiro trimestre, para 43,7 milhões, representando 58,5% to total de usuários no negócio móvel da Vivo.
A companhia investiu R$ 1,65 bilhão entre janeiro e março, 2,8% menos na comparação anual, direcionando os recursos à expansão da chamada rede FTTH que leva fibra óptica até as residências, além da cobertura 4G e 4.5G.
Avaliação dos analistas
A Mirae Asset espera queda de receita no 2T19, impactada pelos efeitos da covid-19 na economia, mas com expectativa de margens estáveis, suportadas pelo controle de custos/despesas da empresa, com melhora a partir do 2S20.