Arena do Pavini - Hoje é o último dia do período de reserva para a oferta subsequente de ações (follow-on) da Petrobras Distribuidora . A oferta é secundária, ou seja, de ações que já estão no mercado, e que pertencem à Petrobras (SA:PETR4). A estatal vai reduzir sua participação de 71,25% para 45,25% na empresa e os recursos deverão entrar no caixa da companhia, para ajudar a reduzir seu endividamento.
O preço da oferta será determinado nesta terça-feira (23), após o fechamento do mercado. Serão oferecidos 291,25 milhões de ações ordinárias BRDT3, com valor total da oferta de R$ 7,63 bilhões, podendo chegar a 10,3 bilhões de reais se considerado os lotes adicionais e suplementar. O pedido mínimo para o investidor pessoa física é de 1.000 reais. O preço do papel no mercado estava hoje, às 11 horas, em R$ 25,93.
A consultoria independente Levante Ideias de Investimento lembra que o mercado de ofertas subsequentes de ações de empresas já abertas, chamados de follow-ons, está bastante aquecido, com várias operações que já superaram R$ 30 bilhões em 2019 e com boa demanda dos investidores, especialmente dos estrangeiros.
Recomendação de compra
A venda de participação da Petrobras na BR Distribuidora pode ser considerada uma privatização, pois a Petrobras não será mais a controladora da empresa, passando a ter um controle pulverizado, explicam Felipe Bevilacqua, gestor especialista, e Eduardo Guimarães, especialista em ações da Levante. A consultoria independente recomenda, em relatório, entrar na oferta.
Já o banco suíço UBS elevou recentemente a recomendação para a ação da BR para compra, afirmando estar mais otimista com a empresa, especialmente pelo processo de privatização.
O UBS diz ter ficado mais positivo com a BR após a Petrobras informar que deterá participação de menos de 50% após a venda e, como resultado, a BR não estaria mais sujeita à lei da estatais, livrando-a de algumas de suas obrigações e provavelmente aumentando sua eficiência. “Portanto, a BR deve ser capaz de seguir seu plano estratégico, cortando custos e otimizando a alocação de capital mais rapidamente do que conseguiu desde sua abertura de capital”, diz o relatório, divulgado semana passada.
UBS: mudança para compra e preço justo de R$ 30
O UBS atualizou a recomendação para o papel de manter para comprar e aumento o preço-alvo da ação de R$ 26 para R$ 30. Os principais fatores que sustentam a opinião dos analistas Luiz Carvalho e Gabriel Barra são: 1) melhor governança corporativa a partir de mudanças nos estatutos; 2) nova gestão; 3) redução mais rápida de custos; e 4) crescimento de volumes.
O plano estratégico da BR para 2019-23 tem várias iniciativas para criar valor, com o objetivo de otimizar operações e processos de back-office, além de reorganizar sua estrutura e plano salarial. “Acreditamos que a mudança nos estatutos e a nova administração devem ser os principais impulsionadores para que a empresa cumpra sua estratégia com sucesso”, diz o UBS.
As mudanças no estatuto tornam a BR mais independente da Petrobras e permitirá que ela atue como uma empresa privada. Além disso, seus executivos recém-eleitos são bem conhecidos e respeitados no setor, com um alto nível de experiência dentro do setor e da BR.
A BR também deve se beneficiar de um aumento em suas margens, apoiado principalmente por uma redução nos custos e um aumento nos volumes. Os custos com pessoal devem cair após a privatização, uma vez que a BR estará livre para seguir seu próprio processo de contratação, em vez de contratar como empresa pública, e o processo de demissão será significativamente menos complexo que o atual.
Além disso, a economia brasileira deve melhorar em 2020, levando a um aumento nos volumes, especialmente no segmento diesel. “Considerando ambos os fatores, nossa margem de longo prazo aumentou R$ 10/m³ para R$ 95/m³, apontando um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida ou Ebitda) de R$ 4.437 milhões, 22% superior ao estimado anteriormente”, diz o UBS.
O banco observa que, se a BR for capaz de cortar custos e aumentar volumes em um ritmo mais rápido do que as premissas, o maior crescimento em margens traria um aumento significativo para a meta de preço de R$ 30 por ação.