Por Sakura Murakami e Elaine Lies
TÓQUIO (Reuters) - Um forte terremoto na costa nordeste do Japão deixou milhares de casas sem água e energia nesta quinta-feira e forçou fábricas a suspender as operações, aumentando os problemas na cadeia de suprimentos para fabricantes de smartphones, eletrônicos e automóveis em todo o mundo.
O tremor de magnitude 7,4 ocorreu pouco antes da meia-noite de quarta-feira no horário local, a leste da província de Fukushima, a mesma região que sofreu o maior terremoto do Japão há 11 anos.
Pelo menos duas pessoas morreram e 161 ficaram feridas no último terremoto, de acordo com o porta-voz do governo Hirokazu Matsuno, enquanto milhares morreram no desastre de 2011, quando um terremoto de magnitude 9,1 também desencadeou um tsunami e causou um colapso em uma usina nuclear.
Não houve anormalidades relatadas em nenhuma usina nuclear desta vez, embora as autoridades tenham dito que um alarme de incêndio foi acionado em um bloco de turbinas na usina danificada em 2011.
O terremoto, no entanto, causou estragos para a indústria.
A fabricante de chips Renesas Electronics Corp, uma importante fornecedora de chips automotivos, suspendeu a produção em duas fábricas de semicondutores e interrompeu parcialmente a produção em uma terceira.
Entre elas estava sua fábrica de Naka, na província de Ibaraki, ao norte de Tóquio, que fornece semicondutores para empresas automobilísticas em todo o mundo. A escassez de chips causada pela interrupção relacionada à Covid-19 já forçou muitas montadoras a reduzir a produção.
A fabricante de componentes eletrônicos Murata Manufacturing também interrompeu as operações em suas fábricas, pois uma delas que fabrica peças de smartphones teve um incêndio após o terremoto.
A Sony Group Corp interrompeu a produção em duas fábricas na província de Miyagi e uma terceira fábrica na província de Yamagata.