Por Tina Bellon
(Reuters) - Um tribunal federal dos Estados Unidos proibiu nesta segunda-feira que a Califórnia obrigue a Bayer a colocar um "alerta de câncer" no rótulo do herbicida Roundup, o que é uma vitória para a empresa em meio às disputas judiciais relacionadas ao produto.
Em sua decisão, o juiz distrital William Shubb considerou que o alerta de câncer proposto pela Califórnia é enganoso, afirmando que o rótulo desejado pelo Estado não é sustentado por descobertas de agências reguladoras.
Órgãos reguladores de todo o mundo determinaram a segurança do glifosato, exceto a divisão de pesquisas sobre câncer da Organização Mundial da Saúde, que determinou em 2015 que o herbicida é um "provável cancerígeno".
Shubb disse nesta segunda-feira que apenas esse estudo não sustenta o pedido da Califórnia para rotular produtos à base de glifosato com o termo "reconhecido pelo Estado da Califórnia como causa de câncer".
Em comunicado, a Bayer celebrou a decisão e afirmou que ela é muito importante para a agricultura da Califórnia e para a ciência.
A decisão, que proíbe permanentemente a Califórnia de solicitar um alerta sobre câncer em produtos à base de glifosato, advém de processo à parte dos litígios mais amplos sobre a possibilidade de o Roundup causar um tipo de câncer sanguíneo.
(Reportagem de Tina Bellon, em Warwick, Rhode Island; reportagem adicional de Jonathan Stempel, em Nova York)