Por Jeff Mason e Nandita Bose
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinará decreto sobre empresas de mídia social na quinta-feira, disseram autoridades da Casa Branca, depois que Trump ameaçou fechar a plataforma que ele acusou de sufocar vozes conservadoras.
As autoridades, que falaram com repórteres que viajaram com Trump da Flórida para Washington a bordo do Air Force One na quarta-feira, não deram mais detalhes.
Antes de partir para a Flórida no início do dia para observar um lançamento espacial adiado por causa do mau tempo, Trump novamente acusou o Twitter e outras redes sociais de serem tendenciosos, sem oferecer evidências.
Não ficou claro imediatamente se Trump tem autoridade para fechar as empresas. O Twitter se recusou a comentar as notícias dos planos de Trump. O Facebook e o Google (NASDAQ:GOOGL) não comentaram imediatamente.
A União Americana pelas Liberdades Civis disse que a Primeira Emenda da Constituição dos EUA limita qualquer ação que Trump possa tomar para regulamentar as plataformas de mídia social.
Separadamente, um painel de três juízes do Tribunal de Apelações dos EUA em Washington confirmou na quarta-feira a rejeição de uma ação movida por um grupo conservador e uma personalidade de direita do YouTube contra Google, Facebook, Twitter e Apple (NASDAQ:AAPL) alegando que eles conspiraram para suprimir visões políticas conservadoras.
A mais recente disputa de Trump com a mídia social ocorreu depois que o Twitter acrescentou pela primeira vez, na terça-feira, um alerta sobre alguns dos tuítes do presidente, o que levou leitores a verificarem a veracidade das afirmações dele.
Nos tuítes marcados pelo Twitter, Trump fez alegações infundadas sobre votação por correspondência. Trump alega que as cédulas por correio levam a fraude no voto e que eleitores inelegíveis recebem cédulas.
"Os republicanos sentem que as plataformas de redes sociais silenciam totalmente as vozes conservadoras. Nós as regulamentaremos fortemente, ou as fecharemos, antes de permitirmos que isto sequer possa acontecer", disse Trump em postagens no Twitter nesta quarta-feira.
O presidente, usuário do Twitter com mais de 80 milhões de seguidores, acrescentou: "Tomem jeito, AGORA !!!!"
A mudança dramática da empresa de tecnologia, que endureceu suas diretrizes nos últimos anos devido a críticas segundo as quais sua abordagem passiva permitiu que a desinformação se alastrasse, levou Trump a acusá-la de interferir na eleição presidencial norte-americana deste ano.
A ameaça de Trump de encerrar plataformas como Twitter e Facebook é a mais forte de uma reação conservadora mais ampla contra Big Tech.