Por Daniel Shvartsman
Investing.com -- As ações do Twitter (NYSE:TWTR) apresentavam forte queda no pregão de quarta-feira, invertendo os ganhos do pós-mercado de ontem enquanto os analistas separam o joio do trigo nos resultados da empresa. As ações fecharam em queda de 10,8%, enquanto os BDRs (SA:TWTR34) caíram 9,8%.
A empresa registrou um crescimento das receitas de 37% ao ano e pareceu não ter sido afetada pelas mudanças no sistema de rastreamento da Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) em dispositivos iOS que abateram a projeção do 4T da Snap Inc (NYSE:SNAP) e, em certa medida, do Facebook Inc (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34). O anúncio dos resultados do Twitter registrou que as mudanças da Apple tiveram "menor impacto sobre a receita do 3T que o esperado, e incorporamos um impacto modesto contínuo nas nossas projeções do 4T". Os analistas citaram a relativa fraqueza do Twitter na publicidade de resposta direta ou a força relativa nos dados de primeira arte como razões que poderiam ter evitado as preocupações da Apple.
Os resultados sofreram um impacto devido a US$ 766 milhões em custos de litígio, incluindo uma um acordo em uma ação coletiva de acionistas de US$ 809,5 milhões. A média de usuários diários monetizáveis (mDAUs) da empresa cresceu 13% ao ano, com a maior parte do crescimento vindo de fora dos EUA. Grande parte do foco permaneceu no segmento de publicidade do Twitter, embora a divulgação tenha coberto a implantação de três novos produtos do Twitter voltados para criadores - espaços do Twitter com tíquetes (eventos de áudio ao vivo), dicas e super seguidores.
O Twitter projeta receitas entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,6 bilhão no 4º trimestre e redefiniu a sua meta de US$ 7,5 bilhões em receitas para 2023, mesmo após vender o MoPub. O Twitter continua a projetar um crescimento de mais de 30% das despesas (e maior aumento da receita) em 2021, mas também prevê o crescimento das despesas em torno de 25% em 2022, antes de qualquer ajustes para novos investimentos no próximo ano. A fim de atingir a meta de receitas de US$ 7,5 bilhões, o Twitter precisará aumentá-las em cerca de 21% ao ano nos próximos dois anos, com base na projeção do quarto trimestre.
As reações dos analistas foram em grande parte conflitantes, com a maioria reduzindo os preços alvo em vez de subi-los. Entre aqueles que diminuíram seu preço alvo estava o analista Brett Thill, da Jefferies, que citou o fato de a mDAU não corresponder às expectativas e a incerteza das mudanças do iOS. Aaron Kessler, da Raymond James, manteve-se firme e disse que os resultados são sólidos, citando as oportunidades do crescimento das receitas que foram compensadas pelo aumento mais elevado do que esperado das despesas. Angelo Zino, da CFRA, reiterou a classificação de compra, dizendo: "Achamos que os resultados são impressionantes em relação aos concorrentes, já que o TWTR parece navegar melhor as alterações de privacidade do iOS, bem como as preocupações com a cadeia de fornecimento, dada a sua maior exposição a serviços/bens digitais".
O Twitter recomprou US$ 170 milhões em ações no 3T, compensando a remuneração baseada em ações no trimestre.