Por Leandro Manzoni
Investing.com - André Brandão não quer ser mais presidente do Banco do Brasil (SA:BBAS3). O executivo pediu renúncia do cargo, segundo fato relevante divulgado pelo banco estatal nesta quinta-feira (18).
O comunicado diz que o pedido de renúncia foi entregue ao presidente da República Jair Bolsonaro, ao ministro da Economia Paulo Guedes e ao presidente do Conselho de Administração do banco Hélio Magalhães.
Brandão deixaria o cargo em 1º de abril, segundo o fato relevante, que foi assinado pelo vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores Carlos José da Costa.
"Os rumores de sua demissão juntamente com o evento da demissão de Castelo Branco na Petrobras, já corrigiram o valor das ações de BBAS3, mas a recente demora gerou um sentimento de que havia, para parte dos investidores, possibilidades de Brandão permanecer", diz Leo Monteiro, analista da Ativa Investimentos, que classifica a notícia como negativa. O analista projeta impacto da notícia nas ações do banco no pregão de amanhã.
Contexto
O executivo quase havia sido demitido por Bolsonaro em janeiro, após apresentar um plano de reestruturação que previa o fechamento de 112 agências bancárias e o desligamento voluntário de até cinco mil funcionários. Bolsonaro não gostou do plano e considerou a demissão de Brandão, que foi evitada após o presidente ouvir o ministro Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
No entanto, nos últimos dois meses o nome de Brandão sempre foi alvo de especulação quanto à sua saída e substituição, reforçada após a interferência do Palácio do Planalto na Petrobras (SA:PETR4), com a troca de Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna, então presidente de Itaipu. No episódio da Petrobras, Bolsonaro estava incomodado com o sucessivos aumentos no preço do diesel e da gasolina e sofrer pressão dos caminhoneiros.
Uma declaração de Castello Branco de que "não era problema da Petrobras os caminhoneiros" foi a gota d'água do presidente para a substituição, que ainda ameaçou fazer interferências em outras estatais e setores regulados, como o mercado de energia elétrica.