PARIS (Reuters) - O principal partido de extrema-esquerda francês, a radical central sindical CGT e outras 80 organizações lideraram neste sábado milhares de pessoas em protestos de rua no país contra as reformas do presidente Emmanuel Macron no setor público.
Os organizadores esperavam que os protestos levassem a uma onda de oposição contra as reformas de Macron no serviço público francês e em algumas empresas públicas como a muito endividada companhia ferroviária nacional, a SNCF.
Representantes sindicais e a polícia deram números bastante diferentes para os protestos. A CGT afirmou que 80 mil pessoas participaram da manifestação em Paris, e 250 mil estiveram nas ruas em todo o país. A polícia, contudo, disse que o protesto atraiu 21 mil pessoas em Paris.
A participação foi menor do que os 320 mil de um protesto nacional em março.
"Nós vamos levar uma mensagem, e essa mensagem deve ser ouvida pelo teimoso Emmanuel Macron", afirmou Jean-Luc Mélenchon, líder da extrema-esquerda, em manifestação em Marselha.
Mélenchon listou várias reivindicações, entre elas a falta de funcionários em hospitais, a falta de vagas em universidades e a falta de policiamento. O governo diz que não há recursos.
"Não acreditamos em você por que você está mentindo", disse Mélenchon. Ele afirmou que o governo havia dado 4,5 bilhões de euros em insenções fiscais para os ricos.
"O país é rico. O país deve compartilhar", declarou ele.
Manifestações eram esperadas em pelo menos 160 locais da França, disse o Philippe Martinez, da CGT.
O ministro do Interior da França, Gérard Collomb, disse que a polícia teve que intervir em Paris depois que um grupo de manifestantes encapuzados tentou destruir um banco.
(Por Bate Felix, Caroline Pailliez e Emmanuel Jarry)