Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - A Usiminas (SA:USIM5)deve elevar seus preços de aço no mercado brasileiro no terceiro trimestre ante os três meses anteriores, diante de um quadro de aumento de custos com matérias-primas e de uma esperada alta no preço da liga no mercado internacional no período, afirmaram executivos do grupo siderúrgico nesta sexta-feira.
"Se mantida a tendência atual, o preço médio deve subir 2% a 3% sobre o segundo trimestre", disse o vice-presidente financeiro da Usiminas, Alberto Ono, durante teleconferência com analistas.
Mais cedo, a Usiminas divulgou lucro líquido de 171 milhões de reais para o segundo trimestre, revertendo prejuízo de 19 milhões sofrido um ano antes. No período, o preço médio de aço da companhia subiu 3%, segundo a empresa.
O vice-presidente comercial, Miguel Homes, comentou, porém, que a Usiminas tem como estratégia manter seus preços dentro de uma diferença de 7% a 10% a mais em relação aos valores internacionais e que, diante da pressão para subida dos preços da liga no mercado externo, é possível que o reajuste a ser feito pela companhia no terceiro trimestre seja maior.
Atualmente, segundo Ono, essa diferença, chamada de prêmio no setor, é de 4% a 5%.
A previsão da empresa para aumento do custo de produtos vendidos no terceiro trimestre ante os três meses anteriores é de 3% a 4%.
As ações da Usiminas exibiam alta de 1% às 13h06 (horário de Brasília) desta sexta-feira, enquanto o Ibovespa mostrava oscilação positiva de 0,1%.
Além da divulgação do resultado, a Usiminas também anunciou um corte de 20% na previsão de investimento em 2019, para 800 milhões de reais, diante de atrasos em projetos de mineração e siderurgia.
Ono afirmou que, na área de mineração, projeto de empilhamento a seco de rejeitos sofreu atrasos na liberação de licenças ambientais e que a previsão de início de operação no primeiro semestre de 2020 foi postergada em pelo menos seis meses.
"Isso faz com que grande parte desse desembolso (de 140 milhões de reais) deva ocorrer em 2020 e não neste ano", disse o executivo.
Em siderurgia, os atrasos não ocorrem nos preparativos para reforma de alto forno da usina de Ipatinga (MG), mas sim, "em outros projetos", disse Ono.
Uma das frentes de novos projetos da empresa, uma nova linha de galvanização para Ipatinga deve ter estudos enviados para avaliação do conselho de administração "nos próximos 12 meses", disse o presidente-executivo da Usiminas, Sergio Leite.