SÃO PAULO (Reuters) - A Usiminas (SA:USIM5) teve prejuízo líquido de 1,042 bilhão de reais no terceiro trimestre de 2015, o quinto resultado trimestral negativo consecutivo e que veio mais fraco que a média de expectativas do mercado.
A companhia apurou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado negativa de 65 milhões de reais no terceiro trimestre, também pior que as estimativas de analistas.
A expectativa média de analistas indicava que a Usiminas teria prejuízo líquido de 582 milhões de reais no terceiro trimestre e Ebitda reduzido, mas em terreno positivo.
Desde o final de setembro, a Usiminas enfrenta uma disputa de poder entre os grupos controladores Nippon Steel e Ternium que acabou envolvendo a saída do presidente-executivo Julián Eguren e outros altos executivos indicados pela Ternium.
Executivos da empresa têm afirmado que a disputa não tem interferido na gestão da companhia, mas desde o segundo trimestre do ano passado a Usiminas não consegue obter resultado positivo em meio a uma crise do setor siderúrgico que está sendo agravada pela retração da economia brasileira.
Além do balanço, a Usiminas divulgou nesta quinta-feira paralisação "temporária" da produção de aço na usina siderúrgica de Cubatão, no litoral de São Paulo, citando como objetivo reposicionar a empresa "em um novo patamar de escala e competitividade perante um contexto econômico de deterioração progressiva do mercado siderúrgico". A usina deixará de produzir placas, mas manterá as atividades de laminação.
A companhia vendeu no terceiro trimestre 1,179 milhão de toneladas de aço, queda de quase 16 por cento sobre o volume comercializado um ano antes. As vendas de minério de ferro despencaram 37 por cento, a 775 mil toneladas.
A produção de aço da Usiminas, enquanto isso, caiu 20,8 por cento no terceiro trimestre sobre um ano antes, para 1,114 milhão de toneladas.
Além do novo prejuízo, a Usiminas encerrou o terceiro trimestre com uma relação maior de endividamento medida em termos de dívida líquida sobre Ebitda. A relação que era de 3,7 vezes no final de junho saltou para 6,8 vezes no fim de setembro.
(Por Alberto Alerigi Jr)