Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vale (SA:VALE3) cortou novamente a meta de produção de níquel para o ano após registrar uma queda de 23,4 por cento da extração do metal entre julho e setembro ante o mesmo período de 2017, para 55,7 mil toneladas, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pela mineradora.
O volume do terceiro trimestre veio abaixo das 60 mil toneladas estimadas pela empresa em julho, quando a Vale divulgou os dados do segundo trimestre.
Em meio à performance abaixo do esperado, impactada por paradas para manutenção no Canadá já previstas, a empresa indicou revisão na estimativa de produção de níquel em 2018, para cerca de 240 mil toneladas de níquel, ante 250 mil toneladas estimadas em julho.
No tradicional encontro anual da Vale com analistas em Nova York, em dezembro de 2017, a meta anunciada para este ano pela empresa havia sido de 263 mil, o que já representava uma queda ante plano anterior.
"Como antecipado no último relatório de produção e vendas, Sudbury conduziu sua parada anual de manutenção e Thompson fez a transição para uma operação 'mine-mill', com seu concentrado sendo enviado para o 'smelter' de Sudbury para processamento", disse a empresa, ao explicar o recuo da produção no terceiro trimestre, em relatório trimestral.
Para o quarto trimestre, a empresa prevê produzir 60 mil toneladas, contando com o retorno de Sudbury de sua parada anual de manutenção a partir de meados de setembro.
O níquel é peça importante da estratégia de diversificação da Vale, uma das maiores produtoras globais da commodity.
No início do ano, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que empresa elevaria até o fim de 2019 a participação da divisão de metais básicos, na qual está incluído o níquel, nos resultados da companhia.
Em nota a clientes, o analista do Bernstein Paul Gait classificou o resultado de metais básicos como fraco, devido às manutenções programadas.
Se teve produção abaixo da esperada em níquel, a maior produtor global de minério de ferro teve fortes resultados no terceiro trimestre na tradicional área de ferrosos.
Com recordes na produção e venda de minério de ferro e pelotas, analistas de mercado classificaram o resultado global da produção da empresa como positivo e esperam um avanço na área de metais básicos.
"A produção deve se recuperar no quarto trimestre e, em seguida, aumentar ainda mais em 2019, devido aos benefícios da reestruturação da empresa em seus negócios de níquel", disse o analista da Jefferies Christopher LaFemina, em relatório a clientes.
As vendas de níquel, por sua vez, caíram 19,6 por cento no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 57,3 mil toneladas.
A queda nas vendas, segundo a Vale, foi inferior ao recuo na produção, devido à venda de estoques de produtos acabados no trimestre.
COBRE
A produção de cobre caiu 19,2 por cento no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 94,5 mil toneladas, refletindo a parada anual de manutenção programada em Sudbury e a decisão estratégica de reduzir a produção na mina de Voisey’s Bay, também no Canadá, para estender a vida útil da mina, segundo a empresa.
Já as vendas do metal caíram 16,2 por cento no mesmo período, para 92,4 mil toneladas.
(Por Marta Nogueira)