Por Letícia Fucuchima e Marta Nogueira
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Vale (BVMF:VALE3) obteve a licença de operação em Minas Gerais para a barragem de Torto, no complexo de Brucutu, em um passo que possibilitará a captura de maiores prêmios sobre os preços de seus produtos, informou a companhia nesta segunda-feira.
O aval foi concedido pelo Conselho Estadual de Política Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para a estrutura, que receberá parte dos rejeitos produzidos na usina de Brucutu, em Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG).
Em abril, a companhia havia dito que a entrada em operação de Torto contribuiria também com custos menores, após o indicador ter crescido no primeiro trimestre, quando a empresa foi impactada por restrições de embarque no Terminal Ponta da Madeira, no Maranhão.
Em comunicado nesta segunda-feira, a Vale afirmou que o início gradual da operação da barragem permite "melhora substancial da qualidade média" do portfólio de produtos, além de maior produção de aglomerados, como pelotas e briquetes de minério de ferro, por meio da substituição da produtos de alta sílica por produtos de alta qualidade, como o pellet feed.
"A melhora do mix de produtos possibilita a captura de maiores prêmios sobre os preços de nossos produtos, contribuindo positivamente para nossos resultados", disse a companhia.
A afirmação vem em linha com o que havia sido previsto pela Vale em abril, quando informou que a expectativa para o segundo semestre era de melhorar o mix de produção, com mais volumes de projetos com maior teor de ferro, e compensar vendas que não foram realizadas nos três primeiros meses do ano devido a dificuldades no embarque.
Conforme divulgado anteriormente, a Vale espera produzir 36 milhões a 40 milhões de toneladas de aglomerados de minério de ferro em 2023 e 50 milhões a 55 milhões de toneladas em 2026.
A barragem Torto é uma estrutura construída em etapa única, sem alteamentos, e possui Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) desde junho de 2022, pontuou a mineradora.
O complexo conta com uma planta de filtragem, que processa a maior parte do rejeito gerado e permite o empilhamento em estado sólido, além da produção de areia como coproduto, reduzindo-se, portanto, a dependência de barragens.
(Por Letícia Fucuchima e Marta Nogueira)