SÃO PAULO (Reuters) - A mineradora Vale (SA:VALE3) informou que sua mina de Brucutu irá operar com 40% da capacidade de processamento a úmido por período estimado de um a dois meses, após a companhia ter decidido suspender temporariamente a partir desta segunda-feira a disposição de rejeitos de minério de ferro da unidade na barragem Laranjeiras.
O impacto estimado da paralisação parcial e temporária em Brucutu, maior mina da empresa em Minas Gerais, é de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de minério de ferro por mês, afirmou a Vale em fato relevante.
A suspensão da disposição de rejeitos em Brucutu não altera a projeção de vendas de minério de ferro e pelotas da companhia para 2019 e para o quarto trimestre, mas terá impacto no primeiro trimestre de 2020, quando produção e vendas devem ficar entre 68 milhões e 73 milhões de toneladas, acrescentou a Vale.
Antes, a empresa projetava produção e vendas de 70 milhões a 75 milhões de toneladas nos três primeiros meses de 2020.
Segundo a Vale, a restrição em Brucutu será mantida enquanto a empresa conduz "avaliações sobre as características geotécnicas da barragem" de Laranjeiras, que teve Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) emitida em 30 de setembro de 2019 e ainda válida.
"No período em que a disposição de rejeitos estiver suspensa, estimado entre 1 e 2 meses, a usina de Brucutu irá operar com cerca de 40% de sua capacidade por meio de processamento a úmido com rejeito filtrado e empilhado", explicou a mineradora.
A mina de Brucutu chegou a ter as operações suspensas pela Justiça em mais de uma ocasião neste ano, em meio a preocupações com segurança depois do rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) que deixou um rastro de destruição e mais de 250 mortos.
Mais recentemente, porém, ao final do primeiro semestre, a mineradora havia conseguido autorização para retomar as operações em Brucutu com capacidade total, de 30 milhões de toneladas anuais.
A Vale projetou ainda nesta segunda-feira, durante apresentação no chamado "Vale Day" em Nova Iorque, que sua produção de minério de ferro deve ficar entre 340 milhões a 355 milhões de toneladas em 2020.
(Por Luciano Costa e Roberto Samora)