Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Vale (BVMF:VALE3) (VALE) prevê prêmios maiores para o minério de ferro e pelotas, assim como custos mais baixos, no segundo semestre, afirmou nesta quinta-feira o vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta.
A expectativa para o segundo semestre é melhorar o mix de produção, com mais volumes de projetos com maior teor de ferro, e compensar vendas que não foram realizadas nos três primeiros meses do ano devido a dificuldades no embarque por problemas climáticos.
Pimenta explicou que os prêmios foram mais baixos, mas por conta do mix de produção. "Se a gente resolver o mix, trazer (a barragem de) Torto e também Carajás, a gente deve ter sim um prêmio melhor e portanto um (custo) 'all in' abaixo do que tivemos no primeiro trimestre", afirmou.
O plano de emergência para a barragem do Torto, na mina de Brucutu, em Minas Gerais, foi aprovado em março, e a expectativa da empresa é obter a licença operacional até o final do segundo trimestre. A estrutura irá permitir o aumento geral da qualidade e do volume de pelotas, melhorando o mix e o preço médio do prêmio.
Executivos da empresa enfatizaram ainda o avanço da mina S11D, em Canaã nos Carajás, no Pará, que "foi construída para compensar a perda que teríamos na exaustão na faixa Norte", de onde "virá o crescimento da produção" desse sistema.
O custo caixa C1 da Vale (custo de produção da mina ao porto) excluindo compras de terceiros, aumentou 4,9 dólares por tonelada no primeiro trimestre na comparação anual, mas parte disso foi devido a problemas pontuais.
"O impacto majoritário (no custo caixa C1) que enfrentamos tem a ver com as restrições de embarque no (Terminal) Ponta da Madeira (no Maranhão). Se não fosse isso, nosso custo seria 2 dólares mais baixo, portanto vamos normalizar o custo C1 no segundo semestre do ano", disse Pimenta.
Do lado do mercado, a Vale vê o balanço de oferta e demanda de minério de ferro apertado e risco de alta para os preços, disse Spinelli, ao comentar perspectivas para a China.
(Por Marta Nogueira)