BERLIM (Reuters) - Um clima cada vez mais instável está levando varejistas de moda da Europa a comprar produtos mais vezes e mais perto de suas bases, em vez de depender de coleções sazonais encomendadas com meses de antecedência.
Redes globais de moda como a Inditex e a Hennes & Mauritz foram pioneiras em um modelo com linhas que mudam regularmente, muitas vezes tratando diretamente com fábricas para reduzir os tempos de entrega e para assegurar um fornecimento estável de novas vestimentas.
Agora outras, desde a Marks & Spencer até a Hugo Boss, estão seguindo a estratégia, aceitando a complexidade e os custos adicionais em parte para ajudar o risco de que o clima fora de estação as deixem com pilhas de estoques não vendidos.
"Lidar com climas inesperados será, com o aquecimento global, cada vez mais importante para varejistas de moda", disse o analista da Kantar Retail Bryan Roberts. "A menos que você seja muito rápido, ou muito grande, será um problema."
Os meses atipicamente quentes de setembro e outubro na Europa impactaram as vendas de vestimentas de inverno de altos preços e margens, como casacos e botas, em redes incluindo a Gerry Weber, IC Group Marks & Spencer (M&S), Next e SuperGroup.
E essa não foi a única vez.
Treze dos 14 anos mais quentes desde o início dos registros, no século 19, aconteceram no século 21, e este ano está a caminho de ultrapassar 2010 como o ano mais quente, segundo a agência espacial norte-americana, a Nasa.
As mais capacitadas a enfrentar a situação têm sido a Inditex, que controla a Zara, e a Primark, que oferecem uma oferta contínua de novos estilos.
"O ponto principal é não ter itens no depósito e ter a capacidade de decidir fabricar produtos no último minuto", disse um porta-voz da Inditex.
(Por Emma Thomasson)