Menos de um mês após a visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na zona oeste da capital paulista, a empresa ganhou um novo diretor de operações: o procurador de Justiça aposentado Antônio Ferreira Pinto. Ele foi empossado na segunda-feira, 4, na presença dos demais diretores, coordenadores e gerentes da companhia.
Ferreira Pinto foi secretário de Segurança Pública na gestão do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e ficou conhecido por jogar pesado contra a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) durante os mais de três anos em que ficou no cargo. Antes disso, foi oficial da Polícia Militar de São Paulo, promotor da Justiça Criminal e Secretário de Administração Penitenciária, pasta que ajudou a criar. Depois das passagens pela administração pública, chegou a ser alvo de um plano de execução montado por narcotraficantes.
O convite para assumir a diretoria opcional da Ceagesp partiu do presidente da companhia, o coronel da reserva da PM e ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araujo, que está no cargo desde outubro. Segundo o próprio presidente da empresa, o currículo pesou na escolha. "Com certeza, ele foi o melhor Secretário de Segurança Pública que São Paulo já teve. Foi a pessoa que mais combateu o crime organizado e a corrupção dentro da Polícia quando foi preciso. Realmente faz jus à profissão como Procurador de Justiça, porque ele procura e faz a justiça vir à tona", disse na posse.
A Ceagesp foi criada em 1969 pelo governo de São Paulo, mas passou a ser controlada pelo governo federal a partir de 1997. Atualmente está vinculada ao Ministério da Economia. A companhia é responsável pela maior central de abastecimento de frutas, legumes, verduras, flores, pescados, entre outros produtos, da América Latina.
No último dia 15, o presidente Jair Bolsonaro esteve no galpão na capital paulista. Na ocasião, negou pretensões de privatizar a empresa e destacou o trabalho de Araújo. Ainda de acordo com Bolsonaro na visita, o encarregado pela Ceagesp assumiu com 'carta branca' para nomear os diretores e tomar decisões para combater supostas irregularidades na empresa.