Venda de cimento no Brasil cai 1,7% em junho, mas sobe 3,5% no 1º semestre, diz Snic

Publicado 11.07.2025, 13:31
Atualizado 11.07.2025, 13:36
© Reuters. Edifício em construção no Rio de Janeiron27/11/2020nREUTERS/Pilar Olivares

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização de cimento no Brasil recuou 1,7% em junho ante o mesmo mês do ano passado, para 5,4 milhões de toneladas, mas apresentou expansão de 3,5% nos primeiros seis meses, informou o sindicato de fabricantes do material, Snic, nesta quinta-feira.

Por dia útil, as vendas de junho subiram 0,5% sobre junho do ano passado e 5% em relação ao primeiro semestre de 2024, para 244,8 mil toneladas, informou a entidade.

Em junho, somente Nordeste e Centro-Oeste mostraram crescimento de vendas de cimento sobre o mesmo mês de 2024, embora, no semestre, todas as regiões do país tenham tido avanço na comercialização do material, com destaque para o Nordeste (+7,4%) e o Sul (+5,5%), enquanto o Norte cresceu 4%, Centro-Oeste expandiu 1,3% e o Sudeste mostrou incremento de 1,6%.

Para o Snic, os principais indutores do consumo de cimento permanecem sendo o setor imobiliário e o mercado de trabalho. No ano, a entidade prevê um crescimento de 2,1% para o setor no "cenário de referência" e de 3,5% em um cenário "otimista".

"A gente tem um viés otimista que chega à manutenção desses 3,5%", disse o diretor do Snic, Bernardo Jannuzzi, citando entre os fatores o impulso do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), especialmente após o incremento do programa com recursos do Pré-Sal, e patamares elevados de emprego e renda.

Jannuzzi, no entanto, apontou preocupações com o nível da taxa de juros, o endividamento e a inadimplência da população, as discussões envolvendo IOF e LCIs, além de, mais recentemente, o anúncio realizado na véspera da imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações do Brasil para os Estados Unidos, que podem desacelerar o crescimento do setor nos próximos meses.

Segundo o diretor, embora as transações comerciais internacionais do cimento no Brasil sejam pequenas, o imbróglio político e econômico pode afetar o câmbio.

"Aí começa não só o efeito cascata para a economia, que é aumento de inflação, possível aumento de juros, perda de capacidade da população de compra, que afeta diretamente o cimento, mas a gente também tem um insumo que é utilizado no cimento, que é o coque de petróleo, que corresponde a 40% do custo no processo produtivo e é taxado em dólar", afirmou.

Ele acrescentou que, no caso de uma eventual reciprocidade por parte do Brasil, o setor também pode sentir impactos. "Porque as traders que mandam o coque para o Brasil são dos EUA. Então a gente vai ter dois pesos: um dólar lá em cima e uma taxa de 50% desse insumo."

Em contrapartida, disse o economista do Snic Flávio Guimarães, os esforços do setor em coprocessamento, que envolve a substituição do coque de petróleo por outros produtos, podem ajudar a reduzir a dependência brasileira desse insumo.

Segundo Guimarães, cerca de 32% da matriz energética da indústria brasileira de cimentos é resultado de coprocessamento.

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