Por Gabriel Codas
Investing.com - Na visão do banco de investimentos suíço UBS, a Via Varejo (SA:VVAR3) pode ter de queimar todo o seu caixa em teste de estresse devido ao coronavírus. Com isso, os analistas esperam que as margens brutas possam recuar 500 pontos base, a medida que o mix de comércio eletrônico aumentar em um cenário semelhante ao de 2015.
Na tarde desta segunda-feira, as ações da Via Varejo recuam 10,46% a R$ 4,45. Os papéis da varejista tem uma queda acumulada de 55,51% até o pregão da última sexta-feira (20).
O UBS assume em seu cenário base que as vendas nas lojas físicas cairão para zero no segundo trimestre de 2020 e que as vendas online cairão 30%. No segundo semestre, a previsão é de uma melhoria nas estimativas de receita, mas isso ainda estaria abaixo do que era esperado.
O banco destaca que a Via Varejo encerrou o o terceiro trimestre de 2019 com uma posição de caixa de R$ 1,4 bilhão e dívida total de R$ 5,6 bilhões, o que resulta em uma dívida líquida de R$ 4,2 bilhões ou cerca de 4,9x ND/EBITDA ajustado. Isso não inclui securitização de contas a receber ou vendas financiadas.
Na semana passada, a administração anunciou resultados preliminares do balanço de 2019. A empresa deve divulgar os resultados completos em 25 de março.
De acordo com o comunicado de imprensa, a Via Varejo encerrou 2019 com uma posição de caixa de R$ 1,36 bilhão e recebíveis de cartão de crédito (ainda não descontados) em R$ 3 bilhões. Possui obrigação de dívida financeira de R$ 2,25 bilhões. Tinha estoque de R$ 4,55 bilhões (em linha com o a estimativa do UBS) e fornecedores a pagar de R$ 7,3 bilhões (entendemos que a empresa possui R$ 3,5 bilhões em contratos de financiamento a fornecedores). Além disso, possui R$ 3,5 bilhões em recebíveis CDCI.