Por Jan Schwartz
BERLIM (Reuters) - Empregados da Volkswagen apoiaram a reestruturação da maior montadora do mundo nesta terça-feira, após o presidente-executivo, Herbert Diess, prometer gastar 1 bilhão de euros numa fábrica de células de bateria perto da sede na Baixa Saxônia.
Diess precisa do apoio dos sindicatos poderosos da Volkswagen, enquanto tenta simplificar a empresa alemã, que tem 12 marcas que abrangem caminhões, ônibus, motocicletas, carros e bicicletas elétricas.
A liderança da VW adotou uma mudança estratégica em direção à mobilidade elétrica, que exige menos mão-de-obra para produzir carros, para ajudá-la a superar o escândalo dos testes de emissões de diesel que prejudicou suas finanças e reputação.
A oposição trabalhista sufocou os esforços anteriores de reestruturação na VW, que também disse que planeja listar seu negócio de caminhões, integrando suas divisões MAN e Scania para criar um rival para a Daimler e a Volvo.
"Os representantes dos empregados no conselho de supervisão dão as boas vindas às decisões, que expressamente apoiam. Essas decisões definem o rumo para um desenvolvimento sustentável de empregos seguros e lucrativos", disse o chefe do sindicato, Bernd Osterloh, em carta aos funcionários da VW nesta terça.
A VW havia dito na segunda-feira que retomaria os preparativos para listar o negócio de caminhões, Traton, em breve, revertendo uma decisão anterior de adiar a listagem devido a mercados instáveis.
O vice-presidente financeiro, Frank Witter, disse que "as atuais avaliações de mercado" encorajaram a VW a prosseguir com a oferta inicial de ações, que pode render até 6 bilhões de euros se uma participação de 25 por cento for listada.
O analista Philippe Houchois, da Jefferies, estimou que o valor de 15 bilhões a 16 bilhões de euros para a Traton.
"Uma listagem deve ser positiva, já que o balanço atual da VW é, a nosso ver, uma restrição à capacidade da Traton de executar sua estratégia de campeões globais."